sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

MELHORES E PIORES DA TV EM 2010

Todo mundo adora listas. E não tem época melhor para fazê-las do que o fim de ano. Depois de um balanço geral, apontamos os melhores e piores da TV em 2010. Claro que muita gente não vai concordar conosco. Mas isso que é bom: poder discordar e postar comentários, contando o porquê! Aproveitamos para agradecer a acolhida ao ESPAÇO TV, nesses primeiros quatro meses de existência, e desejar um ANO NOVO perfeito como os da melhor ficção.


MELHORES PROGRAMAS:
Dalva e Herivelto – A minissérie de Maria Adelaide Amaral emocionou ao contar a história do casal de cantores, ídolos da era do rádio. Adriana Esteves e Fábio Assunção deram show nos papéis de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins. Figurino, cenografia e reconstituição de época também estavam impecáveis.

A Cura – A história de João Emanuel Carneiro não ficou devendo nada a qualquer seriado americano, misturando suspense, mistério e temática sobrenatural. De volta à TV aberta, Selton Mello esteve ótimo como Dimas, médico com o dom de curar. Andréia Horta também se destacou como  Dra. Rosângela.

MELHORES NOVELAS:
Ti-Ti-Ti – Maria Adelaide Amaral acertou no trama baseada no remake da novela de Cassiano Gabus Mendes, e trouxe de volta o humor ao horário das sete. Apesar do exagero na afetação de Jacques Leclair (Alexandre Borges), o restante do elenco está se saindo muito bem. Até Murilo Benício, de quem se tinha dúvidas quanto ao desempenho, dá conta do recado como Ariclenes/Victor Valentim.

Escrito nas Estrelas – Com temática espírita, a novela de Elizabeth Jhin comoveu o público e alavancou a audiência das seis. Destaque para Nathalia Dill e Humberto Martins.

MELHOR REPRISE:
Vale Tudo - A volta das vilanias e dos absurdos ditos por Odete Roitman (Beatriz Segall) foi um presentaço ao telespectador do canal Viva. Vinte e dois anos depois, a novela é de uma (triste) atualidade que dá o que pensar.

QUEM MANDOU BEM:
Rodrigo Faro - Ator, cantor, dançarino, se encontrou apresentando o Melhor do Brasil, na Record. E chegou ao primeiro lugar, no horário, com o quadro Dança Gatinho. Sem medo de ser feliz, travestiu-se, dublou, dançou e arrasou nas performances.

BONS DE RISO:
Pânico – O programa transformou em divertidas novelinhas as procuras por Antônio Nunes e o sujeito do “Cadê o chinelo?”. E ainda teve a transformação da desdentada Gorete, a Paula Veludo, que ganhou prótese dentária e novo guarda-roupa. A saga virou uma espécie de reality, deixando a atração em primeiro lugar.

CQC – Os repórteres do humorístico não deram sossego aos políticos, em Brasília, e aos famosos, em toda a parte. O CQTeste e o Top 5 foram os melhores quadros.

Marcelo Adnet – Surgiu como um dos bons nomes do humor em 2010 na MTV, emissora que vem se revelando como celeiro de bons comediantes.

REALITY SHOW:
A Fazenda 3 - Parecia que o programa ia dar em água, com a saída dos participantes mais famosos. Mas as escolhas do público foram ganhando novos contornos e o final foi merecidíssimo. Nota destoante:o eterno despreparo do apresentador Britto Jr.

PODIA TER SIDO MELHOR:
Clandestinos – Mesclando ficção e documentário, a série baseada no espetáculo de João Falcão começou bem, mas perdeu fôlego e graça nos episódios finais.

As Cariocas – Outro seriado com resultado desigual. A maioria das histórias era datada, sem verossimilhança. Se fossem produzidas como tramas de época poderiam ter emplacado. Mas até que alguns episódios foram bem divertidos.

Afinal, O que Querem as Mulheres? - O seriado 'cabeça' de Luiz Fernando Carvalho (redundância?) buscava respostas para os mistérios da alma feminina, mas acabou deixando meio mundo ainda mais confuso com sua narrativa, linguagem e texto pretensamente sofisticados.

A Vida Alheia – Se o cotidiano de uma revista de celebridades corresponder ao que o autor Miguel Falabella mostrou na série é melhor pararem as máquinas! Parecia vingancinha de quem se acha perseguido pela imprensa.

Força-Tarefa – A segunda temporada do seriado policial teve um pouco mais de ação, mas ainda assim ficou devendo no quesito roteiro. Algumas histórias foram bem fraquinhas.

EXPECTATIVA FRUSTRADA:
Passione – A personagem de Fernanda Montenegro não está à altura da atriz. E, após meses de suspense, a revelação do segredo de Gerson (Marcello Antony) decepcionou o público. Agora, a dúvida é se Totó (Tony Ramos) morreu ou não. Especulações em torno da trama têm sido mais interessantes do que a história em si.

A DESPEDIDA DO ANO:
Hebe - Sempre em época de renovação de contrato, surgia a possibilidade de a loura sair do SBT. Mas nunca acontecia. E não é que, 25 anos depois, aconteceu? Acho que a emissora de Silvio Santos perde muito sem a melhor apresentadora do Brasil.

O ANIVERSARIANTE DO ANO:
Silvio Santos – Ao completar 80 anos, o dono do Baú se deu o direito de ser uma versão de Dercy Gonçalves, falando aos convidados e às colegas de trabalho o que lhe vem à cabeça e protagonizando situações absurdas, ao lado de Lívia Andrade, no quadro Jogo dos Pontinhos. Um mestre.

CANAL DOS CLÁSSICOS:
TCM - Mesmo quem não é insone periga passar as noites acordado vendo os filmes exibidos no canal a cabo. O melhor dos anos de ouro de Hollywood, e séries como Mulher Maravilha, As Panteras, Ilha da Fantasia e MacGyver são imperdíveis.

FOI MAL:
Na Forma da Lei – Fraco do primeiro ao último episódio, com Márcio Garcia muito mal no papel do vilão. Isso sem falar na fraquíssima Luana Piovani.

Hipertensão – Abusou das provas com situações bizarras, banquetes exóticos e bichos nojentos. Glenda Kozlowski merecia ter apresentado coisa melhor.

Separação! - Não tiveram a menor graça as brigas do casal em crise vivido por Débora Bloch e Vladimir Brichta. Texto fraco e atuações histéricas.

Tempos Modernos – Um desastre! Antonio Fagundes pagou um micão nesse fracasso das sete. Só não foi pior porque a Globo decidiu encurtar a novela de Bosco Brasil.

Uma Rosa com Amor – O remake, que marcou a estreia de Tiago Santiago no SBT, não emplacou. Silvio Santos encurtou a trama por falta de audiência, apesar de a emissora e o autor alegarem oficialmente que a trama acabou antes do tempo por causa do horário eleitoral, que forçaria mudanças na grade - uma desculpa boba, porque Silvio sempre mexeu na programação sem dar aviso prévio.
Aprendiz Universitário, com João Dória Jr. - Buscando seu próprio estilo de apresentar a atração, João Dória resolveu ser ainda mais agressivo e indelicado do que Roberto Justus com os participantes. Errou feio a mão!

Extreme Makeover Social, com Cristiana Arcangeli – A proposta do programa é transformar creches, mas usando uma equipe, digamos, de uma realidade social diferente das instituições beneficiadas. Muito frufru, mas o que elas precisam  mesmo é de infraestrutura para atenderem um número maior de crianças.

MORTE ANUNCIADA:
Casseta & Planeta, Urgente! - Após 18 anos no ar, o programa já não tinha a mesma graça, vivia basicamente das (ótimas) paródias das novelas das oito, o que é muito pouco para a trupe.

GRANDES COBERTURAS:
Copa do Mundo – Apesar de 33 câmeras para mostrar os lances em detalhe, quem roubou a cena foi a bola, a Jabulani. Virou até bordão em diferentes versões na voz de Cid Moreira. Fora de campo, foram divertidas as campanhas “Cala boca Galvão”, protestando contra a falação de Galvão Bueno, e “Libertem o Caio”, que pedia uma folga para o comentarista Caio Ribeiro, figura onipresente na transmissão dos jogos. Apresentador do Central da Copa, Tiago Leifert virou sensação nacional, mas exagerava na “espontaneidade” e nas gracinhas.

Resgate dos mineiros no Chile – A operação durou quase 23 horas e virou um grande espetáculo da TV mundial. A Globo News exibiu ao vivo a retirada de cada um dos 33 trabalhadores soterrados na mina de cobre.

Invasão da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão – As imagens de centenas de bandidos em fuga da Vila Cruzeiro foram impressionantes. Ninguém tirou os olhos da telinha. Nos dias seguintes, a cobertura da operação policial teve prosseguimento na espetacular retomada do Alemão, com transmissão ao vivo da Globo.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

TOTÓ, O MORTO-VIVO

Totó está morto e enterrado. Certo? É claro que não. Enterro de novela quase sempre mostra o defunto - mesmo que não seja em close. Quando o caixão está fechado e ninguém vê o corpo – como no caso do protagonista de Passione -, pode desconfiar! Essa foi apenas uma das pistas deixadas por Silvio de Abreu para suscitar a dúvida na cabeça dos telespectadores. Antes mesmo de a cena ir ao ar, já se especulava que o assassinato do personagem, vivido honrosamente por Tony Ramos, não passava de mais uma pegadinha do autor, buscando alavancar a trama. Para as revistas especializadas, a volta de Totó já é uma certeza. Mas é aí que mora o perigo. Se o italiano “ressuscitar” nos últimos capítulos, Silvio de Abreu estaria se repetindo, porque já usou a mesma estratégia em Belíssima, na qual todos pensavam que Bia Falcão (Fernanda Montenegro) estava morta. O autor, no entanto, já declarou que não veria o menor problema em apelar novamente para o recurso já tão batido, se isso garantisse surpresa para o público. Mas... que surpresa? A essa altura, o mundo inteiro espera o retorno de Totó. É notícia velha. E se o italiano estiver mesmo morto? Aí, sim, Silvio estaria cometendo uma ousadia. Matar o protagonista bonzinho, interpretado por um ator amado pelo público, seria uma subversão da teledramaturgia. Mas desagradaria uma legião de telespectadores. Enfim, o autor se meteu numa encruzilhada. E, qualquer que seja o caminho escolhido, vai decepcionar muita gente.

Video Show Retrô desanda receita do pastelão

Um resumo dos principais acontecimentos do ano na TV virou tradição no Video Show Retrô. É sempre divertido rever os maiores micos, tapas, beijos e safanões em novelas e programas da Globo. Mas, desta vez, o especial desandou ao forçar a mão no humor gratuito e no teatrinho de quinta entre os apresentadores Ana Furtado e André Marques. Para relembrar as imagens mais marcantes de 2010, o programa promoveu uma espécie de premiação por categorias, como melhor chilique, melhor beijo desentupidor, melhor bofetada, personagem mais chorão, melhor cantada e melhor desmaio - o melhor mico do ano foi, sem dúvida, a queda de Ana Maria Braga de uma cadeira, ao vivo, no Mais Você. Apesar de não ser das mais criativas, a ideia de dividir as imagens por categorias até que não era ruim. O problema é que, antes de anunciar os eleitos, André e Ana sempre faziam uma graça ou um draminha - totalmente artificiais e dispensáveis! Outra novidade que não funcionou bem foram os esquetes entre uma categoria e outra. André e Bruno de Luca protagonizaram várias situações, como aquela em que um cola nas costas do outro um papel com os dizeres "Otário" e "Mané". Tudo muito bobo e até previsível. Pior que isso só mesmo André jogando uma torta na cara de Bruno, junto com Fiorella Matheis e Geovanna Tominaga, numa cozinha cenográfica. Era melhor ter deixado o pastelão apenas para os personagens que concorriam na premiação.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

ESPECIAL DO DIDI: PRA RIR OU CHORAR?


Existe uma expressão no jornalismo que se aplica ao especial de fim de ano Meu Querido Trapalhão, sobre a vida de Renato Aragão: "faltou dizer". A grande preocupação dos redatores e da direção do programa foi contar o início da vida do humorista. Isso num clima puxado para o drama, com uma trilha sonora de entristecer qualquer um e com o homenageado sempre à beira do choro. Foram tantos detalhes dramatizados em tantos minutos, que parece ter faltado tempo para falar mais da carreira de Renato, de seu humor na TV e no cinema. Muito esporadicamente passava uma ceninha de algum filme ou de Os Trapalhões, na Globo. De repente, a atração deu um pulo na vida do comediante: da mudança para o Sudeste à formação do quarteto Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Faltou contar sobre os humorísticos A E I O Urca, A Cidade Se Diverte, Adoráveis Trapalhões (com os cantores Wanderley Cardoso e Ivon Curi, além do lutador de Telecatch Ted Boy Marino), Uma Graça, Mora?, Praça da Alegria, Quartel do Barulho, Café sem Concerto, Os Insociáveis (com a cantora Vanusa e o comediante Roberto Guilherme, o Sargento Pincel) e, aí sim, Os Trapalhões. Não se falou de seu trabalho como Embaixador da Unicef, da apresentação do Criança Esperança e, muito menos, da atual Turma do Didi. Outra coisa: por que Dedé Santana não deu um depoimento sobre o companheiro de tantos anos? Aliás, por que só os parentes falaram sobre Renato, e, mesmo assim, sem créditos que pudéssemos identificá-los? Por que não foram contadas histórias engraçadas, momentos divertidos, o melhor dos 50 anos desse profissional que se dedica a fazer rir, e não a buscar emoção pelas lágrimas? Um programa pra cima, isso sim. Com a cara do Didi Mocó Sonrisépio Colesterol Novalgino Mufumbbo, que alegrou tanto a minha infância e a de milhões de brasileiros. Ah, ia faltando dizer: O ponto alto do especial ficou por conta de Vinícius de Oliveira, que deu um show como Renato Aragão jovem.

domingo, 26 de dezembro de 2010

QUEREM ACABAR COM O REI?


"Ser súdita do Rei é hereditário. Minha avó adorava, minha mãe era fanzoca de carteirinha, e eu gosto demais de Roberto Carlos. Choro sempre nos especiais dele. Mas, mais uma vez, fiquei frustrada com um programa deste fim de ano da Globo. Embora Roberto Talma seja um diretor competente e, há alguns anos, tenha entendido a linguagem de RC e da maioria do público que o acompanha pela TV no dia de Natal, pecou feio dessa vez. Num show que era prometido como ao vivo houve várias interrupções para entrevistas com famosos e anônimos, que não acrescentaram nada. Faltou roteiro, e a edição foi muito ruim. E o que fazia Glória Maria na atração? Juro que não entendi. A escolha dos convidados parece ter querido agradar a gregos e troianos. Só fez desagradar. No especial de Roberto, a ideia, pelo menos para mim, é ouvir... Roberto! E ele cantou poucas músicas. Mas emocionou, como sempre. Em compensação, a desconhecida Paula Fernandes, em seu modelito de gosto duvidosíssimo, buscando segurar a mão do Rei a qualquer custo, cantou até demais. Num pout pourri, que seria delicioso interpretado pelo protagonista da noite, Paula destoou com sua voz na linha sertanejo universitário e engoliu várias sílabas, recebendo o auxílio luxuoso de Roberto. Neguinho da Beija-Flor, no final do programa, foi outro que não conseguiu passar o seu recado. Alguém entendeu toda a letra do samba enredo da escola para 2011? Entre os dois, estiveram mais duas opções erradas: Bruno e Marrone, e Exaltasamba. Os sertanejos cantaram seu carro-chefe pra lá de batido, e fizeram uma versão mexicanizada de Desabafo. Os sambistas, pouco à vontade ao lado de Roberto, ficaram em cima do muro na hora de Nêga e da já tocada no início do show Além do Horizonte. E as crianças do Coral da Rocinha, que se abalaram de casa para cantar apenas a primeira parte de Noite Feliz? No final, Roberto Carlos parecia cansado. Tanto que nem beijou as rosas distribuídas à plateia: só fez menção. Show melancólico, nem um pouco digno de um Rei." (POR SIMONE MAGALHÃES)

"Show de Roberto Carlos é sempre mais do mesmo. Este ano, pra não dizer que foi igual aos anteriores, teve o charme de ser em Copacabana. Surpresa mesmo foi ver o Rei sentado quase o tempo todo num banquinho, por causa de dores no joelho. A postura do cantor deu ares de uma apresentação acústica. Mas, cá entre nós, parecia que RC estava entorpecido, bem mais paradão do que em outros especiais. Mais interessante do que o manjado repertório foram as tiradas do cantor, que tentou demonstrar bom humor. Primeiro, brincou com o nome de Marrone, da dupla com Bruno. Disse que o cantor sertanejo deveria trocar para 'Azulone'. Mas o melhor viria depois, numa declaração inédita. As três coisas de que o Rei mais gosta são sexo, sexo com amor e sorvete. Vocês sabiam? Nem eu! Em entrevistas, Roberto Carlos nunca fala coisas supreendentes. Só essa confissão, dita para mais de 400 mil pessoas em Copa, e para milhões que assistiram pela TV, valeu "o ingresso". A Globo prometeu, a semana inteira, que exibiria o show ao vivo. Mas não cumpriu. A transmissão começou meia hora depois de o cantor ter entrado no palco e interpretado  Emoções, como faz tradicionalmente, há décadas. O pior foi ver a Glória Maria anunciando o tempo inteiro que o espetáculo estava sendo exibido ao vivo. É muita cara de pau!" (POR PAULO RICARDO MOREIRA)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

COMO DERRUBAR FÁBIO JR EM APENAS UM PROGRAMA

Adoro Fábio Jr. Foi amor à primeira novela. E confesso: adolescente, colei atrás da porta do meu armário uma foto dele como Anjo, em Nina (1977). E confesso, outra vez: sempre choro quando ouço Pai. Por isso e por mais de 30 anos acompanhando a carreira de Fábio, tenho absoluta certeza de que ele não merecia o especial de fim de ano Tal filho, tal pai. O ator serviu de escada para Fiuk! E ficou no meio do caminho entre o excesso dramático (como chorou o Fábio!) e as suas tiradinhas engraçadas, com as quais tentou dar alguma veracidade àquela relação entre pai e filho. Na primeira aparição, ao telefone, o ator/cantor estava trêmulo. E ficou pouco à vontade durante todo o programa, repleto de palavrões e alfinetadas desnecessários. Tive pena de Fiuk. Verde como ator e como cantor, o rapaz não conseguia expressar os sentimentos do Fiuk da ficção. Ele não abria nem a boca! E não estou falando do playback, na cena do show. Alessandra Negrini como a crítica musical Bárbara Leão (mistura de Bárbara Heliodora e Tom Leão???) fez papel de... Alessandra Negrini. Que postura jornalística, que nada. Isso passou longe. E, no final, ainda deu uns beijinhos no galã do especial. Fábio Jr? Não, gente: Fiuk! O elenco do segundo escalão foi tão sofrível quanto. Sem contar, o visual dos protagonistas. O que era aquele cabelo furta-cor do Fábio??? O corte à la Prince que fizeram no Fiuk ficou feio demais, assim como as calças à la Restart. E enquanto Fábio Jr trocava de camisa a cada segundo, Alessandra Negrini só tinha um shortinho branco. Resumo: "Tem hora que bate uma tristeza tão grande, que eu não sei o que fazer...". Acho que, a muito custo, é melhor fingir que o especial não aconteceu.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

SAI BRITTO JR E ENTRA RODRIGO FARO

Não basta perder 12 quilos: tem que ser bom apresentador! Está certo que Britto Jr é boa praça, está se esforçando há dois anos, mas a Record já podia ter entendido que o lugar dele é no matutino Hoje em Dia, e não na Fazenda. Britto já trocou o figurino, já ficou magérrimo, já tentou ser distante dos peões, já fez a linha ombro amigo... Mas não há quem aguente seus gritos, totalmente desnecessários e que não causam um pingo de emoção - acho que essa era a intenção, né??? Tudo bem: ele está confinado em Itu, há três meses, vive o programa com intensidade, o cansaço bate... Mas nada justifica a troca constante de nomes dos participantes, as enrolações quando não há o que dizer, os pitacos absurdos durante as votações das roças e a falta de jogo de cintura para falar algo interessante, quando numa situação saia justa. E, sejamos francos, empatia e uma certa versatilidade contam muito na apresentação de um programa como esse. Por essas outras, acho que o polivalente Rodrigo Faro deveria assumir a quarta edição de A Fazenda. Além de ter as manhas de ator, Faro revelou-se talentoso como apresentador, tem carisma e fala a língua do público. Então, é isso: quem volta pra cidade agora é você... Britto Jr!!!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

À espera do 'sim' do dono do Baú

O filme sobre a história de Silvio Santos está empacado. Os jornalistas Elias Abrão e Sonia Abrão, donos da produtora Câmera 5, que compraram os direitos do livro A Fantástica História de Silvio Santos, de Arlindo Silva, estão à espera da autorização do dono do Baú. Responsável pela adaptação da obra para o cinema, Sonia já escreveu um pré-roteiro. A ideia era filmar este ano, aproveitando a comemoração dos 80 anos de Silvio, mas o próprio apresentador pediu, no ano passado, que a jornalista esperasse mais um pouco, porque estava focado nos problemas da emissora. A esperança da dupla é que, findas as homenagens pelo aniversário e passada a crise do Banco PanAmericano, o "patrão" autorize a filmagem em 2011. O elenco não deve ter atores famosos, porque, segundo os produtores, a estrela do longa-metragem tem que ser Silvio Santos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

SILVIO SANTOS É COISA NOSSA!

Faço parte de uma legião de telespectadores que cresceu assistindo ao Programa Silvio Santos, aos domingos. No início dos anos 70, lá em casa, tínhamos apenas uma televisão, em preto e branco. E meus pais, fãs do dono do Baú, controlavam o seletor de canais. Não tinha jeito de assistir a outra coisa. Quando minha avó nos visitava, então, pedir para trocar de canal era quase uma ofensa. Ela adorava o animador, que passava quase o dia inteiro conduzindo quadros como Qual é a Música?, Show de Calouros, Porta da Esperança e Boa noite, Cinderela. Se pudesse escolher, eu veria minhas séries favoritas na época: Os Três Patetas, Abbott & Costello e Os Banana Splits. Como não tinha opção, acabava me aboletando no sofá e assistindo a Silvio, seus convidados famosos e seus jurados. Mas, com 6 ou 7 anos, não entendia a graça que minha avó, meus pais, minha família inteira viam naquele sujeito de paletó e gravata, que tinha uma risada engraçada e dava prêmios. A musiquinha do programa foi um hit da minha infância: “Agora é hora de alegria, vamos sorrir e cantar, do mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar... Silvio Santos vem aí... Papãpãpãpã”.
Só muito tempo depois, já formado em jornalismo, comecei a compreender por que tanta gente o admirava, o idolatrava: Silvio tem um incrível carisma e um dom inigualável para falar a língua do povo. Quando criança, jamais poderia imaginar que um dia conheceria pessoalmente aquele homem que preencheu as minhas tardes de domingo na TV, desde a infância até hoje. Como jornalista, participei oito vezes do júri do Troféu Imprensa e fiquei cara a cara com o “homem”. A cada encontro no camarim do SBT, uma emoção diferente. É um privilégio para poucos na profissão. Ver de perto a tintura que ele usa no cabelo, o tanto de maquiagem que cobre seu rosto e o elegante paletó que veste, da grife Ricardo Almeida, apertar sua mão, ouvir sua preleção antes da gravação, sua inconfundível risada e o modo como "aquece" o auditório, contando piadas... são experiências que não têm preço. Levei esse tempo todo para descobrir o que meu pai e minha avó, que nunca tiveram a oportunidade de conhecê-lo, já sabiam: Silvio Santos é coisa nossa!!!
Esta também é uma homenagem ao meu pai, Paulo Jorge, falecido em março deste ano, aos 76 anos, e à minha avó, Lucina, que também já nos deixou, há 11, e teria 100 anos. Os dois compravam o carnê do Baú porque acreditavam em Silvio Santos, e certamente, se hoje estivessem aqui, fariam parte da legião que confia em sua volta por cima.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Será que Gerson cheira o computador?

Estou com a cantora Rita Lee, que manifestou no Twitter sua indignação e revolta com a revelação do fetiche de Gerson (Marcello Antony), em Passione:  “Desculpe o baixo calão, mas o segredo de Gerson foi muito peido para pouca b...”. Foi uma das definições mais duras e engraçadas. Após meses de suspense em torno do assunto, todo mundo se sentiu meio traído ao saber que o personagem gosta mesmo é de ver gente fazendo sexo em lugares fétidos. O transtorno de Gerson mistura voyeurismo, bizarrice e escatologia – nada tão impactante quanto os temas especulados, como pedofilia ou necrofilia. Enfim, o autor Silvio de Abreu frustrou os telespectadores, que esperavam coisas mais bombásticas e escabrosas. Agora, uma pergunta que não quer calar: se o que atrai Gerson é o cheiro do “sexo sujo”, como ele concretizava suas fantasias vendo fotos na internet? Que eu saiba, ainda não inventaram computador que exale odores.

Novela das nove já é um drama antes da estreia

Fiquei surpreso com o pedido de afastamento de Fábio Assunção da próxima novela das nove da Globo, Insensato Coração. Mas a decisão do ator, que alegou não estar em condições de enfrentar um longo período de trabalho, deve ser respeitada. Só que ele podia ter chegado a esta conclusão antes de começar a gravar. Teria poupado os autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares e o diretor Dennis Carvalho de escolherem um substituto às pressas e jogarem fora tudo o que já foi feito. Era a chance de Fábio consolidar seu retorno à TV, já que foi muito bem na minissérie Dalva e Herivelto, seu primeiro trabalho após um período de quase um ano de tratamento contra drogas. Para uma trama que já havia perdido a protagonista Ana Paula Arósio – afastada por ter faltado às gravações em Florianópolis – a nova baixa significa um péssimo começo. O folhetim já passa por um drama antes mesmo da estreia. Imagina o que ainda pode vir por aí...

Pimentel domina o Alemão

A cobertura da ocupação do Complexo do Alemão chamou a atenção para dois personagens, que ficaram horas no ar, ao longo das edições especiais do RJ-TV: a apresentadora Ana Paula Araújo e o comentarista de segurança Rodrigo Pimentel. Os dois se saíram superbem nas transmissões ao vivo, informando e esmiuçando detalhes da operação. Para quem não desgrudou os olhos da TV, as imagens do conflito remeteram ao filme “Tropa de Elite 2”. Sem perder tempo, os camelôs da cidade, que lançaram o DVD do primeiro longa antes mesmo da estreia, já estão vendendo os “melhores momentos” da cobertura da guerra contra o tráfico no Rio. Na internet, Pimentel, ex-capitão do Bope, virou alvo de piadas por passar tanto tempo na emissora, ganhou até uma campanha: “Libertem o Rodrigo Pimentel”. É o Caio Ribeiro da vez – durante a Copa, o comentarista esportivo não saía do “cativeiro” na Globo. Brincadeiras à parte, Pimentel fez um bom trabalho, mas, assim como o público, não imaginava a fuga em massa de bandidos pela rede de esgoto. O mais curioso é que, no dia da retomada do Alemão, em meio a uma comemoração desmedida, nenhuma emissora estranhou o fato de tantos traficantes terem sumido misteriosamente.