segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O ano de Carminha e das empreguetes


Não teve para ninguém. Carminha, a vilã vivida por Adriana Esteves em ‘Avenida Brasil’, atraiu todos os holofotes em 2012. Graças a um show da atriz e a uma história de vingança bem articulada, a novela de João Emanuel Carneiro conquistou o povo nas ruas e virou fenômeno nas rede sociais. O último capítulo parou o país, batendo recorde de audiência, com 52 pontos. “‘Avenida Brasil’ e Carminha me trouxeram um orgulho imenso de ser uma atriz brasileira”, comemora Adriana.

A trama foi marcada por reviravoltas eletrizantes. Uma hora, Carminha dava as cartas. Outra hora, era a vingativa Rita (Débora Falabella) quem estava por cima. Quando a cozinheira humilhou a vilã, a frase “Me serve, vadia!” se espalhou na internet.
Personagens como Tufão (Murilo Benício), Suelen (Isis Valverde) e Leleco (Marcos Caruso) também tiveram destaque na trama. Na pele de seu primeiro vilão, Marcello Novaes surpreendeu como Max.
"É daqueles personagens que um ator espera 10 anos. Uma oportunidade única, é quase como ganhar na Mega Sena!. Dei o melhor de mim para retribuir à altura essa confiança do joao no meu trabalho. Foi cansativo mas foi muito gratificante…”, diz o ator.

Com humor, criatividade e muita música, ‘Cheias de Charme’ resgatou a força da novela das sete, com médias acima dos 30 pontos. A extravagante cantora de tecnobrega Chayene (Claudia Abreu) e as empreguetes Cida (Isabelle Drummond), Penha (Taís Araújo) e Rosário (Leandra Leal) viraram paixão nacional. Elas podem estrelar um seriado em 2013.
“A novela deixou saudades. É um marco nas nossas vidas e na TV”, conta a diretora Denise Saraceni.
 “Cheias de Charme foi uma alegria do começo ao fim. É muito lembrada por sua interação com a internet, por mostrar o meio musical, mas o meu maior orgulho é a novela ter contribuído para uma maior valorização do trabalho doméstico”, festeja o autor Filipe Miguez.

‘Gabriela’ cumpriu sua missão, mas não chegou a empolgar. Com médias de 19 pontos, a versão escrita por Walcyr Carrasco sofreu com as comparações com a novela de 1975. No papel-título, Juliana Paes teve a difícil tarefa de suceder Sonia Braga como protagonista. Muitas vezes, ela ficou sumida na história, em meio a tantas tramas paralelas e outros personagens de destaque, como Gerusa, vivida por Luiza Valdetaro. Mas o fato é que veteranos como Laura Cardoso, Antônio Fagundes e José Wilker roubaram a cena.

No SBT, ‘Carrossel’ foi o maior acerto dos últimos anos. Com uma história leve e ingênua, escrita por Iris Abravanel, a novela infantil arrebatou a garotada e registra médias de 15 pontos, chegando a incomodar o Jornal Nacional. Devido ao sucesso, vai ser esticada até junho de 2013, para que sua sucessora, o remake de 'Chiquititas', também adaptada pela mulher de Silvio Santos, tenha mais tempo para ser produzida.
 “A qualidade do produto foi fundamental”, avalia o diretor Reynaldo Boury. "Tambem quem assistiu a versão mexicana na década de 80, hoje possui filhos com idade similiar de quando  assistiam, induzindo os filhos a participarem, unindo a familia brasileira".  Para o diretor, as crianças ganharam um espaço infantil no horário nobre da televisão: "Sabíamos que teria uma boa audiência, mas nunca com os índices atuais, que são extraordinários".

O ano foi complicado para as novelas da Record. A segunda temporada de ‘Rebelde’ e ‘Máscaras’ foram encurtadas devido à baixa audiência, em torno de 6 pontos. A primeira perdeu a credibilidade ao acrescentar vampiros na trama. Já Lauro César Muniz, autor de ‘Máscaras’, admitiu que sua novela foi um erro e que a demora em fechar os mistérios da trama policial afastou o público. Na verdade, o autor criou uma história confusa demais, na qual a troca de identidade entre o protagonista e o vilão só aumentou o nó  na cabeça do telespectador.
Mas a emissora dos bispos deu um salto de qualidade com a minissérie 'Rei Davi', com produção caprichada e ótimo desempenho do protagonista Leonardo Brício no papel-título. Escrita por uma autora cristã, Vivian de Oliveira, a minissérie bíblica também teve o mérito de liderar a audiência por várias vezes e derrotar a Globo nos dois dias de desfile das escolas de samba do Grupo Especial.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

MARACUTAIA NO MISS UNIVERSO 2012


Sou de um tempo em que a família sentava-se em torno da TV para assistir ao Miss Universo. Era programão. Cada um tinha sua candidata, eu marcava pontos fictícios num caderno avaliando os quesitos beleza, desfile, roupa típica e por aí ia. Quase sempre acertava ou ficava ali pelo segundo lugar. E as locações, então? Os lugares mais maravilhosos  do mundo faziam os telespectadores viajarem sem sair da poltrona. Fora a profusão de prêmios maravilhosos - e a coroa reluzente? -, shows com os melhores cantores do momento, e muito, muito glamour.
Só que às vésperas do fim do mundo, vemos Donald Trump vestido de Papai Noel, num salão em Las Vegas (EUA), abrindo o Miss Universo 2012. No estúdio da Band, Adriane Galisteu já não sabia mais o que falar - esperando entrar o link do concurso - com seus dois "convidados especiais", o stylist Raphael Mendonça ("que veste várias famosas") e a Miss Rio Janeiro deste ano e noiva do cantor Latino, Rayanne Moraes.
Numa entrada rapidíssima as 89 candidatas, vestidas como típicas periguetes brasileiras, não deram nem tempo de observarmos sua beleza. No telão, atrás das beldades, imagens repetitivas de neve; no palco, árvores de Natal, daquelas que vendem nas Lojas Americanas, e muitas caixas - vazias - de presentes. As candidatas saíram quase correndo. Corta. Galisteu no palco brasileiro diz que, após os comerciais, virão as 16 finalistas. Peraí! De 89 para 16? Sem desfile, sem biquíni, sem longo, sem nada? Isso mesmo! Vontade de desistir, mas vamos em frente: quem sabe o Brasil não faz bonito?
No bloco seguinte sai o resultado: Venezuela, Turquia , França. Peru, Russia (que faz coleção de ursos de pelúcia), Mexico (quer construir edifícios ecológicos), Polônia, Hungria (organizadora de casamentos), Africa do Sul (quer escrever um livro com sua mãe), Filipinas, Croácia, Brasil (eh!!!), Kosovo (quer ser diretora de filmes de horror), Austrália, Índia e USA (mais ovacionada, claro). Tem para todos os gostos.
E lá vêm elas de biquíni - com uma estampa horrorosa, pareciam comprados em liquidação do Saara -, todas com algo em comum: magérrimas. Aquela história de 90 de busto, 60 de cintura, e 90 de quadril já foi pro espaço há tempos. Agora, pra ser Miss Universo tem que mostrar busto com silicone, nenhum quadril, e pernas de saracura. E todas no carão - com aqueles penteados cafonas que só os americanos conseguem idealizar.
Aos trancos e barrancos, a brasileira Gabriela Markus chegou entre as dez finalistas: Austrália, Rússia, Brasil, França, Venezuela, EUA, Hungria, África do Sul, México e Filipinas. Vem a apresentação do grupo Train - mais sem graça, impossível-, num cenário que mistura o antigo Cassino do Chacrinha com Geração 80. E as candidatas nos seus longos sereias, exagerados nas fendas, nos cristais e no clima pré-carnavalesco.
Depois que indicaram as cinco finalistas - Venezuela, Filipinas, Austrália, EUA e Brasil -, Adriane Galisteu, do estúdio, gritou um: "Vai Brasil! Brasil!". Só faltou o coro de Galvão Bueno.
O sempre melhor momento é o das perguntas. Miss Venezuela, peguntada se formularia alguma nova lei, não teve dúvida: "Qualquer lei já foi feita, basta ter retidão e cumpri-la. Eu sou surfista e a melhor coisa a fazer nas ondas é esperar por elas. Isso se aplica às leis". Como??? Bom, à brasileira uma pergunta preconceituosa ao extremo, "se uma mulher que anda de biquíni por aí é considerada um objeto sexual". Falando em português (ponto a menos...), Gabriela respondeu que não é a forma de se vestir que mostra o caráter. E derrapou na conclusão: "Temos que mostrar às pessoas quem somos internamente em nossos corações". Ai, Jesus!
Galisteu que era Gabriela Markus desde o início, já mandou: "Acho que o Brasil fica entre as três". Nada disso, ficamos em quinto! E a ganhadora foi a baixinha, sem carisma, sem graça, do vestido mais feio de todos... Miss EUA! Para regozijo de Donald Trump, mostrado em pé, na plateia, aos risos! Maracutaia total!
Só posso reproduzir as palavras de Galisteu: "Gente, tô passada!". É, infelizmente, já não se fazem mais misses como antigamente... (SM)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Os galãs depilados da Record


Ter o peito cabeludo já garantiu ao galã Iran Malfitano papéis em novelas. Agora, na minissérie ‘José — De Escravo a Governador’, que estreia em janeiro, na Record, ele está experimentando, pela primeira vez, a sensação de ficar lisinho da cabeça aos pés. Assim como outros atores do núcleo egípcio da produção, Iran teve que se livrar de todos os pelos para viver o servo Hapu. Mas o sacrifício tem explicação: no Egito de 1.700 anos antes de Cristo, quando se passa a história, era costume os homens se depilarem completamente, para não serem atingidos por parasitas.

“Já tinha raspado a cabeça uma vez e depilei o peito para uma campanha há muito tempo. Mas nunca tinha tirado os pelos do corpo inteiro”, conta Iran, que usa uma maquininha para se depilar em casa uma ou duas vezes por semana. “Não coça. Se raspar com lâmina, dá problema, cria bolinhas, a pele fica irritada, vermelha”, completa.

O ator lembra que foi chamado para fazer o descamisado Carlito em ‘Kubanacan’ (2003), de Carlos Lombardi, na Globo, por causa dos seus pelos. “Lombardi me ligou e disse que não tinha visto meu trabalho, mas precisava de um ator com cabelos no peito. Fiquei surpreso, mas achei legal a sinceridade dele”, recorda.

Na minissérie ‘Rei Davi’, reprisada atualmente pela Record, a fartura de pelos também foi útil a Iran, que interpretou o cabeludo e barbudo general Abner. Mas, quando apareceu careca e depilado em casa há algumas semanas, assustou a mulher, Elaine, e a filha, Laura, de apenas 1 ano e 4 meses. “Minha mulher ficou maluca quando me viu. E a minha filha não me reconheceu, tinha me visto com barba e cabelão. Laura ficou duas horas e meia me olhando, estranhando, até falar comigo”, conta.

Protagonista de ‘José — De Escravo a Governador’, Ângelo Paes Leme só não precisou ficar careca, porque José é hebreu e consegue autorização de seu senhor, Potifar (Taumaturgo Ferreira), para manter seus cabelos curtos. De resto, o ator depilou peito, axilas, braços e pernas. “Não gostei muito, não. Preferia os meus pelos”, confessa. Para manter o corpo lisinho, ele faz a depilação com máquina na emissora. “Depois de cinco dias, o pessoal da maquiagem passa a maquininha, mas eu também faço bronzeamento para ficar com a pele mais morena e passo tinta preta nos cabelos porque tenho muitos fios brancos”, revela.
Intérprete de Potifar, Taumaturgo Ferreira mudou até sua opinião sobre a prática da depilação entre os homens. “Antes, quando via os caras depilados na praia ou em academia, achava estranho. Mas agora gostei”, admite o ator, que pensa em continuar lisinho após a minissérie: “Fiquei viciado nisso! Acho que o corpo fica mais bonito”.



Matéria publicada em O DIA - 5/12/2012
Fotos Divulgação/Michel Angelo