Faço parte de uma legião de telespectadores que cresceu assistindo ao Programa Silvio Santos, aos domingos. No início dos anos 70, lá em casa, tínhamos apenas uma televisão, em preto e branco. E meus pais, fãs do dono do Baú, controlavam o seletor de canais. Não tinha jeito de assistir a outra coisa. Quando minha avó nos visitava, então, pedir para trocar de canal era quase uma ofensa. Ela adorava o animador, que passava quase o dia inteiro conduzindo quadros como Qual é a Música?, Show de Calouros, Porta da Esperança e Boa noite, Cinderela. Se pudesse escolher, eu veria minhas séries favoritas na época: Os Três Patetas, Abbott & Costello e Os Banana Splits. Como não tinha opção, acabava me aboletando no sofá e assistindo a Silvio, seus convidados famosos e seus jurados. Mas, com 6 ou 7 anos, não entendia a graça que minha avó, meus pais, minha família inteira viam naquele sujeito de paletó e gravata, que tinha uma risada engraçada e dava prêmios. A musiquinha do programa foi um hit da minha infância: “Agora é hora de alegria, vamos sorrir e cantar, do mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar... Silvio Santos vem aí... Papãpãpãpã”.
Só muito tempo depois, já formado em jornalismo, comecei a compreender por que tanta gente o admirava, o idolatrava: Silvio tem um incrível carisma e um dom inigualável para falar a língua do povo. Quando criança, jamais poderia imaginar que um dia conheceria pessoalmente aquele homem que preencheu as minhas tardes de domingo na TV, desde a infância até hoje. Como jornalista, participei oito vezes do júri do Troféu Imprensa e fiquei cara a cara com o “homem”. A cada encontro no camarim do SBT, uma emoção diferente. É um privilégio para poucos na profissão. Ver de perto a tintura que ele usa no cabelo, o tanto de maquiagem que cobre seu rosto e o elegante paletó que veste, da grife Ricardo Almeida, apertar sua mão, ouvir sua preleção antes da gravação, sua inconfundível risada e o modo como "aquece" o auditório, contando piadas... são experiências que não têm preço. Levei esse tempo todo para descobrir o que meu pai e minha avó, que nunca tiveram a oportunidade de conhecê-lo, já sabiam: Silvio Santos é coisa nossa!!!
Esta também é uma homenagem ao meu pai, Paulo Jorge, falecido em março deste ano, aos 76 anos, e à minha avó, Lucina, que também já nos deixou, há 11, e teria 100 anos. Os dois compravam o carnê do Baú porque acreditavam em Silvio Santos, e certamente, se hoje estivessem aqui, fariam parte da legião que confia em sua volta por cima.
olá, meu nome é Patricia, sou advogada aqui no RS, sim silvio é coisa nossa, em um país em que não se tem mais nada para chamarmos de nosso, um dia poderemos dizer que por aqui passou o maior comunicador que esse país já viu, parabens pela matéria, emocionante.
ResponderExcluirComo Sílvio Santos dificilmente haverá um outro
ResponderExcluirem todos os tempos.
concidero o silvio como o mair exemplo de líder nos ultimos tempo.
ResponderExcluirsou admiridador do mesmo desde criança quero acreditar que o mesmo já deu a volta por cima, pois como um grande lider,o mesmo não desiste e nunca irar desistir.
luizcarlosneves2011@hotmail.com
Silvio Santos é um gênio! Tem um grande poder de comunicar bem, sempre usando o bom humor como peça básica.
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