sexta-feira, 19 de julho de 2013

Manoel Carlos: "Estou indignado e preocupado com a presença desses arruaceiros infiltrados"

Os atos de vandalismo no Leblon na madrugada desta quinta-feira causaram indignação e espanto a um morador ilustre: Manoel Carlos, 80 anos, autor de novelas como ‘Por Amor’ e ‘Laços de Família’.

Apaixonado pelo bairro, usado como cenário de suas histórias, ele defende as manifestações pacíficas, mas confessa estar muito assustado e preocupado com a onda de violência de “arruaceiros infiltrados”.

- O que tem achado das manifestações no bairro? 
MANOEL CARLOS: Sou a favor das manifestações de protesto, sou a favor do povo na rua exigindo mudanças, mas não dos vândalos que estão ali para destruir.

 - Como se sentiu ao ver o rastro de destruição deixado por vândalos na madruga de quinta-feira? 
MC: Indignado e preocupado, preocupadíssimo, com a presença desses arruaceiroso infiltrados entre os bem-intencionados.

- Você e sua família estão assustados com isso tudo? Tem evitado sair à rua?
MC: Estamos assustados, sim, porque dá para ver e sentir que quem está na rua com a intenção de destruir é capaz de tudo. Não tem limites. Isso preocupa, pois não sabemos onde vai parar.

- Você costuma retratar em suas novelas temas do cotidiano e mudanças sociais. Pretende levar para a sua próxima novela o temas dessas manifestações?
MC: Se tivesse uma novela no ar, já teria mostrado, nem que fosse ao vivo, como várias vezes fiz. Mas minha novela ('Em Família') começa em janeiro de 2014, quando espero que essa violência tenha cedido ao bom senso. Mas quando espero também que o país tenha melhorado, atendendo aos justos protestos e reivindicações do manifestantes legítimos.


O Leblon de Manoel Carlos já foi cenário de tiroteio em novela:
Em ‘Mulheres Apaixonadas’, exibida em 2003, o autor levou para a ficção a questão da segurança. A Rua Dias Ferreira, no Leblon, foi cenário de cena de tiroteio entre polícia e assaltantes que resultou na morte de Fernanda (Vanessa Gerbelli) com um tiro no peito, enquanto Téo (Tony Ramos) é baleado na cabeça, mas sobrevive. A gravação, que foi manchete na imprensa internacional, tumultuou o bairro por dez horas e reuniu multidão, completa dez anos em agosto.




Veja também a reportagem publicada em O DIA:  http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2013-07-19/pm-vai-subir-o-tom-para-conter-radicais.html?fb_action_ids=300725253397497&fb_action_types=og.recommends&fb_source=timeline_og&action_object_map=%7B%22300725253397497%22%3A390459801056031%7D&action_type_map=%7B%22300725253397497%22%3A%22og.recommends%22%7D&action_ref_map=%5B%5D

A Fazenda: Marcos Oliver se arrepende de ter feito filme pornô

Rio - O passado de Marcos Oliver não o deixa em paz. Primeiro finalista de ‘A Fazenda 6’, ele caiu no choro domingo passado após uma discussão com Beto Malfacini, que o acusou de ‘vender o corpo’ como ator pornô. Protagonista da primeira versão do ‘Teste de Fidelidade’, de João Kléber, na RedeTV!, Marcos deixou claro que se arrepende de ter feito o filme pornô ‘À Flor da Pele’ (2007), no qual tem cenas de sexo com a ex-chacrete Rita Cadillac, sua colega de confinamento.

“Ele ainda era solteiro e fez o filme por dinheiro, porque passava por dificuldade financeira. Depois, não conseguiu mais trabalho por causa do filme. ‘A Fazenda’ é a chance de ele limpar a imagem e escrever outra história”, diz a atriz e modelo Fabiola Monarca, 34 anos, que está casada com Marcos há seis. Os dois são pais de Daniel, de 5. “É a paixão do Marcos”.

Se no reality Beto cutuca Marcos por causa do passado, nas redes sociais Fabiola também sofre com as provocações. “Recebo pelo Twitter fotos de cenas do meu marido com a Rita no filme. Mas isso não me abala. Não sinto nada, não me machuca!”, garante ela, acrescentando que o ator nunca lhe deu motivos para desconfiança após o casamento: “Ele nunca me traiu. Não tenho ciúmes nem insegurança pelo passado dele. Somos unidos e parceiros”.

Fabiola e Marcos se conheceram em uma casa de show ao estilo Clube de Mulheres, onde ele fazia performances sensuais. “Levei umas amigas para conhecer a casa. Marcos estava vestido de marinheiro, e eu subi ao palco para dançar com ele. Durante a dança, ele falou: ‘Me espera lá fora’. E eu esperei. Foi paixão à primeira vista”, conta a atriz, que trabalha como administradora de imóveis. “Já atuei em pegadinhas do ‘Programa Silvio Santos’ (SBT) e fiz ensaio sensual. Tive proposta para posar nua, mas tenho vergonha”.

Apesar dos perrengues, Fabiola diz que mudou a vida de Marcos. Por influência dela, o ator se tornou evangélico e frequenta a Igreja Bíblica da Paz há três anos. “Dei a ele uma família e mostrei que o mundo não era aquele meio podre em que vivia”, frisa.

Fabiola apoia a estratégia de jogo do marido. “Ele quer tirar os fortes, como o Beto. Mas não é maldoso”, defende. Sobre Rita Cadillac, que alegou ser ignorada por Marcos, ela rebate: “Ele não é amigo dela, só fizeram um filme juntos”. Se o ator ganhar o prêmio de R$ 2 milhões, Fabiola revela que vão abrir uma academia e uma clínica estética.

Publicada em 17/07/2013 - O DIA

Milagre em Saramandaia: Stela ressuscita a bisavó com suas lágrimas

Rio - Para quem pensa que já viu todo tipo de esquisitice em ‘Saramandaia’, prepare-se para algo ainda mais fantástico. É que Stela (Laura Neiva), a neta de Zico Rosado (José Mayer), vai ressuscitar a bisavó Candinha (Fernanda Montenegro) com suas lágrimas. Envolvida em outros mistérios da trama, a personagem também vai ser alvo de uma disputa entre o avô e Risoleta (Debora Bloch), que é sua verdadeira mãe, e vai se apaixonar por Tiago (Pedro Tergolina), filho de Vitória (Lilia Cabral), num romance típico de Romeu e Julieta.

“Ela é uma personagem de realismo mágico que não havia na primeira versão. Antes da bisavó, ela traz à vida uma flor murcha, por exemplo. E terá outras manifestações”, adianta Ricardo Linhares, autor da novela das 23h.

Num encontro virtual promovido por Stela e Tiago, Candinha passa mal e morre ao ver Tibério (Tarcísio Meira), seu grande amor do passado, através da webcam do tablet. Mas as lágrimas da neta, que cai no choro, devolvem a vida à matriarca dos Rosado. Na cena carregada de emoção, que só vai ao ar a partir de 15 de agosto, Laura Neiva recebeu muitos elogios de Fernanda Montenegro e do diretor Fabrício Mamberti após gravar.

“Acho lindo que ela tenha esse dom. A maioria das personagens têm alguma esquisitice, e o dela não é isso. Ela vive numa casa em que o avô é muito rígido, a bisavó vive em outro mundo, e minha personagem é a que une a família toda”, diz Laura.

Filha de Zé Mario — o filho de Zico morto numa emboscada armada por Tibério Vilar (Tarcísio Meira) —, Stela vai se aproximar de Risoleta, o que deixará Zico e Helena (Ângela Figueiredo) muito apreensivos, pois não querem que a jovem saiba que a ex-prostituta é sua mãe. Segundo Ricardo Linhares, Risoleta estava grávida de nove meses quando o pai de Stela foi assassinado, mas ela escapou.

“Zico tocou o terror nela, dizendo que ela seria a próxima vítima da guerra entre as famílias, e comprou Stela, bebê. Risoleta foi embora com a condição de nunca mais voltar. E os avós disseram para Stela que a mãe morreu no parto. Mas Risoleta se arrependeu do erro que cometeu e voltou para acompanhar de longe a vida da filha, destratando o acordo com Zico”, conta o autor. “Ela vai tentar pegar a filha de volta”, garante Debora Bloch.

Em meio a essa disputa, uma outra tragédia vai marcar a vida de Stela: o assassinato de Tiago. Após conhecer o caçula de Vitória, ela começa um romance com o rapaz às escondidas. “Gibão (Sérgio Guizé) vai prever a morte de Tiago num confronto entre as famílias Vilar e Rosado”, revela Ricardo Linhares.

O personagem alado terá muitas outras visões, como a explosão de Dona Redonda (Vera Holtz), uma cena que deve acontecer mais para o fim da trama: “Ele vai ver Redonda inchar e subir feito um balão”, antecipa o autor. Temporariamente, Zico vai reverter a situação, livrando-se da suspeita do atentado a bomba, mas Gibão vai continuar na cola do formiguento.

Publicada em 17/07/2013 - O DIA

Chiquititas: Iris Abravanel diz que Silvio Santos não interfere em seu trabalho

São Paulo - As meninas do orfanato Raio de Luz que viraram fenômeno no fim dos anos 90 estão de volta, totalmente repaginadas, no remake de ‘Chiquititas’, que estreia hoje, às 20h30, no SBT. Responsável pela adaptação da novela infanto-juvenil, Iris Abravanel espera repetir com a história das pequenas órfãs o sucesso de ‘Carrossel’, assinada por ela, que segue no ar até o dia 26, com médias de 14 pontos.

“Procuro não pensar em audiência. Quero fazer o melhor. Não gosto muito de criar essa expectativa. Mas acho que existe a possibilidade de atingir essa média, sim”, diz a mulher de Silvio Santos.

Em sua quinta novela — também escreveu ‘Revelação’ (2008), ‘Vende-se Um Véu de Noiva’ (2009) e ‘Corações Feridos’ (2012) —, Iris garante que o marido, dono do SBT, não interfere em seu trabalho como autora. “Em casa, ele pode dar o pitaco que quiser. Mas aqui (na emissora) somos profissionais, ninguém dá palpite na área do outro. Como marido, pode tudo”, decreta.
Iris está criando uma personagem especialmente para Patrícia Abravanel, apresentadora e uma de suas quatro filhas com Silvio. “Ai de mim se não colocá-la como atriz. Foi uma imposição, não um pedido”, brinca a autora. “Tadinho do Boury (Reynaldo, diretor da novela), que vai enfrentear esse desafio. Mas vai ser bom para a carreira dela”.

Na trama, a protagonista infantil é a órfã Mili, vivida por Giovanna Grigio (papel de Fernanda Souza na primeira versão). Como boa parte da história se passa no orfanato, a autora pretende abordar temas como preconceito, seja com crianças que não têm pais ou que vivem nas ruas, como Pata, interpretada por Julia Oliver (personagem de Aretha Oliveira no original).

“As crianças têm que aprender a conviver harmoniosamente com as diferenças”, defende Iris, que alega ter experiência com o tema: “Fizemos pesquisa, mas fui professora e trabalhei em escola com crianças adotadas. Não precisei visitar orfanato”.

Ela também quer tratar de temas comuns à pré-adolescência, como primeiro beijo e namoro, além da mania da internet. “A novela vai ter blog, toda essa parafernália tecnológica. Hoje, as crianças estão conectadas no mundo, não dá para ignorar isso”, diz.

Trama deve ter 300 capítulos

A nova versão de ‘Chiquititas’ deve chegar a 300 capítulos, dos quais Iris Abravanel já escreveu mais de 80. Além das 35 crianças que compõem o núcleo infantil, a novela tem como protagonista adulta a professora Carol, vivida por Manuela do Monte (papel de Flávia Monteiro na primeira versão). A jovem vai fazer par romântico com Junior (Guilherme Boury), filho do dono do orfanato, e será a maior amiga das crianças.

Publicada em 15/07/2013 - O DIA
Foto: Maíra Coelho

Eles são bons de forno e fogão

Rio - Junte apresentadores que sabem cozinhar, coloque só uma pitada de roteiro, adicione uma porção de criatividade e tempere com bom humor. Misture tudo e leve ao ar por 30 minutos. Voilá! A receita do ‘Tempero de Família’, comandado pelo ator Rodrigo Hilbert, no GNT (quintas, às 20h), e do ‘Homens Gourmet’, com os chefs Guga Rocha, João Alcântara, Dalton Rangel e Carlos Bertolazzi, no canal Bem Simples (quartas, 22h45), satisfaz os paladares mais exigentes. Cozinheiros de mão-cheia, eles matam a fome do público de boa comida e diversão.

“Desde o começo, eu falava que não queria ensinar a cozinhar e, sim, mostrar que essa é uma atividade prazerosa e que todo mundo pode fazer. É só não exagerar no sal e na pimenta!”, brinca Rodrigo Hilbert, que há quatro meses mostra seus dotes culinários.

Casado com a apresentadora Fernanda Lima, pai dos gêmeos João e Francisco, de 4 anos, Rodrigo costuma levar parentes e amigos para a cozinha do programa, num momento de confraternização. Gravado na cidade natal do ator, Orleans, em Santa Catarina, além da casa de familiares, o ‘Tempero de Família’ deve ganhar uma segunda temporada.

“Aprendi minhas primeiras receitas com minha mãe e minha avó. Com o tempo, fui dando a minha cara, colocando mais de mim no que cozinho”, conta Rodrigo, que planta e produz em sua fazenda o que usa em suas receitas. “Todas têm um pouco de criação minha. Não gosto de ser obrigado a usar um ingrediente específico”, completa.

No ‘Homens Gourmet’, Guga Rocha, João Alcântara, Dalton Rangel e Carlos Bertolazzi não usam uniforme branco nem chapéu de mestre cuca. Em vez do tom formal de velhos mestres da culinária, eles apostam numa combinação que abre o apetite do público: receitas práticas, improviso e bom humor. Enquanto um está cozinhando, os outros conversam, bebem cerveja e até ficam zoando quem está no fogão.

“É como se a gente estivesse em casa, recebendo os amigos, uma coisa mais descontraída. Essa espontaneidade é o diferencial do programa”, diz o capixaba João Alcântara, 29, que mora em Barcelona há um ano e nove meses e cuida da alimentação de atletas como Daniel Alves, o lateral direito da seleção brasileira e do Barça. “Faço um trabalho de alimentação funcional. Gosto de cozinha saudável”.

Ex-participante do ‘Super Chef’, competição do ‘Mais Você’, de Ana Maria Braga, Guga Rocha destaca a amizade dos quatro para o sucesso do programa. “Não tem nada forçado. A gente é tão ‘brother’ que pode se sacanear. É como casamento, conhecemos os defeitos e qualidades de cada um”, resume o chef alagoano, 37, que viaja mundo afora fazendo cursos de gastronomia. “Minha ideia é mostrar ao público uma cozinha que é fácil de fazer”.

Sócio de Guga numa empresa de consultoria e cozinha industrial — e também ex-‘Super Chef’ —, Dalton Rangel, 26, aprendeu a cozinhar com a mãe, formou-se em gastronomia e fez cursos na Irlanda e na Tailândia. “Os homens sempre foram os donos da cozinha”, defende Dalton, que reivindica mais tempo no programa: “Temos apenas sete minutos para apresentar cada receita. É muito curto”.

Para alegria dos fãs e dos chefs, o ‘Homens Gourmet’ vai ganhar mais 30 minutos, passando a ter uma hora de duração. A quarta temporada começa a ser gravada este mês, para estrear em setembro. Dono de três restaurantes italianos em São Paulo, Carlos Bertolazzi, 42, garante que o programa manterá os mesmos ingredientes. “Cada vez mais, apostamos na descontração, mas também temos conteúdo”, diz o chef mais experiente, que testa suas receitas com Dalton e Guga fora dos estúdios: “A gente se encontra muito para cozinhar”.

Donos do fogão
Em casa, eles também mandam na cozinha. Rodrigo Hilbert, que prepara sua comida desde que se mudou para São Paulo aos 18 anos, não deixa Fernanda Lima chegar perto do fogão. “Fernanda gosta e cozinha muito bem! Mas não dou espaço para ela, então sou eu mesmo o comandante da cozinha de casa”, diz o ator. “Adoro colocar o meu tempero, deixar uma receita com a minha cara. Meu prato predileto é comida bem feita!”.

Diabético, João Alcântara toma cuidado com a alimentação e procura fazer cinco refeições ao dia, a cada três horas. “Para mim, o melhor prato é arroz, feijão, uma farofinha e ovo. Na Espanha, tenho que comer pelo menos uma vez ao dia uma comida brasileira”, conta.

Guga Rocha se esmera nos pratos favoritos da namorada canadense. “Quase não como carne, mas peixe e frutos do mar. Ela gosta de tapioca e queijo coalho”, entrega.

Casado, pai de um menino de 2 anos, Carlos Bertolazzi também assume o fogão em casa. Especialista em cozinha italiana, ele prefere pratos rápidos, como cachorro quente e hambúrguer. “No dia a dia, não tenho muito tempo por causa do restaurante”, explica o chef.

Dalton Rangel faz o que a namorada pede. O cardápio inclui estrogonofe de carne com bata palha, risoto, massa e peixe. “Gosto de ir ao mercado e comprar alimentos frescos. Não utilizo produtos industrializados”, diz.

Publicado em 11/07/2013 - O DIA

Danilo Gentili: "Todo mundo odeia ter um vizinho chato. Eu sou esse chato"

Rio - Quando estreou o seu ‘late show’ em 2011, Danilo Gentili foi alvo de críticas e comparações. Dois anos depois, o ex-integrante do ‘CQC’ comemora mais uma temporada do ‘Agora É Tarde’, que se consolidou como um dos principais programas da Band, alcançando muitas vezes a vice-liderança de audiência, de terça a sexta-feira, à meia-noite. “Temos o programa de entrevistas mais doentio e maluco da TV aberta brasileira”, exagera. Apesar de sondado por outras emissoras, como o SBT, Danilo resiste: “Se minhas escolhas fossem baseadas em dinheiro, estaria numa situação de carreira e prazer no trabalho muito pior do que estou hoje, embora estivesse mais rico”.

O DIA: Quando você estreou, há dois anos, esperava chegar tão longe?
Danilo Gentili:Eu nunca tenho essa visão tão ampla, porque nunca enxergo o fim do caminho, apenas onde vou pisar para dar o próximo passo.

Qual o balanço do programa? Como você o define hoje?
Acho que, orgulhosamente, posso afirmar que temos o programa de entrevistas mais doentio e maluco da televisão aberta brasileira.

O que você destaca de mais positivo nesses dois anos? 
O relacionamento de todo o elenco (os comediantes Marcelo Mansfield, Léo Lins e Murilo Couto, a assistente de palco Juliana Oliveira e a banda Ultraje a Rigor) e da equipe. Nunca brigamos, nunca entramos um dia chateados uns com os outros. O clima é de amizade e acho que, por isso, o programa agrada tanto às pessoas.

E o que acha que ainda precisa ser melhorado? 
Meu cabelo. Ninguém acerta o corte dele.

Que nota você se daria como apresentador? 
Nota 0 pelo cabelo. Nota 0 pela postura. Nota 0 pelo português. Nota 0 pelas perguntas. Nota 0 pelas piadas. Pela minhas contas, acho que ficamos no 0 a 0.

Hoje, você se considera mais apresentador ou comediante? 
Eu sou mais um cara desesperado que odeia trabalhar e, por isso, trabalha todos os dias para nunca precisar voltar a trabalhar.

Tem noção de que está incomodando a concorrência? Como lida com isso? 
Eu acho que incomodo a concorrência, sim. Todo mundo odeia ter um vizinho chato. Eu sou esse chato.

Você foi sondado pelo SBT? Trocaria de emissora por uma boa proposta salarial ou está satisfeito na Band?
Desde quando eu não tinha dinheiro, jamais aceitei qualquer proposta de trabalho na TV pelo dinheiro. Antes do ‘CQC’, tinha sido sondado por outro canal e programa. Depois do ‘CQC’, fui sondado por outros canais que, na época, me fariam ganhar mais do que ganho hoje como criador e apresentador do ‘Agora É Tarde’. Porém, jamais me baseei em salário para qualquer decisão. Onde eu tiver mais liberdade para fazer o que acho divertido e onde o clima no bastidor for melhor, é esse o lugar onde quero trabalhar.

A propósito, você tem bom salário? Quanto ganha? Acha que dinheiro não é tudo mas ajuda muito?
Dinheiro ajuda, principalmente quando você saiu de um cortiço e de um quarto-sala no subúrbio de Santo André (em São Paulo). Porém, se minhas escolhas fossem baseadas em dinheiro, eu estaria numa situação de carreira e prazer no trabalho muito pior do que estou hoje, embora estivesse mais rico.

Qual a pior gafe que cometeu nesses dois anos? Com quem?
São tantas... Não caberia nesse jornal inteiro se eu dissesse.

Qual a melhor entrevista? E por quê? 
A melhor entrevista é sempre a do dia, porque sempre pensamos passo a passo, tijolo por tijolo do muro. A cada dia, preparamos uma surpresa ou tentamos tirar uma resposta, ou criar um momento ímpar dentro do programa e da história do convidado. Então, seja anônimo ou superfamoso, homem ou mulher, padre ou ator pornô: se a pessoa sentar no nosso sofá, trabalharemos para criar a melhor entrevista possível do dia.

E qual foi a pior?
Se algum dia teve uma entrevista ruim no programa... Agora é tarde.


Publicado em 10/07/2013 - O DIA

Série 'Pé na Cova' terá mais 13 episódios

Rio - Com o início das gravações da segunda temporada de ‘Pé na Cova’ previsto para agosto, Miguel Falabella só tem defunto em mente. Tudo porque ele quer produzir uma nova safra de 13 episódios ainda melhor do que a primeira. Criador e protagonista da série, o ator está satisfeito com a audiência atual — em torno dos 14 pontos —, mas acha que o programa ainda é incompreendido por fazer humor com a morte.

“Eu adoro, acho que é um programa diferenciado. Mas tenho certeza de que ele será mais entendido daqui a alguns anos”, avalia Miguel, acrescentando que o elenco e a direção ainda vão se reunir para traçar a nova temporada, com estreia prevista para o fim de outubro, na Globo, após o término da novela das 23h, ‘Saramandaia’.

Na pele de Ruço, dono de uma funerária no Irajá e chefe da excêntrica família Pereira, que fala tudo errado e demonstra grande ignorância sobre qualquer assunto em geral, Miguel Falabella acredita que o seriado é um retrato fiel do povo brasileiro nos dias de hoje.

“A classe D se vê naquela gente. Eles (os personagens) são os invisíveis, que são a grande massa desse país. Eles não sabem nada! Coitadinhos... Não têm acesso a nada, são de uma ignorância profunda. Na verdade, é um retrato do país. É só entrar na internet e ver como as pessoas escrevem. Você vê como elas escrevem e fala: ‘Meu Deus do céu. O que é isso?’”, diz o ator.

É por essas e outras que Falabella não se surpreendeu com o sucesso do programa. “Acho que ele tem vários níveis de leitura, agrada a várias categorias e classes sociais”, resume.

Além da segunda temporada de ‘Pé na Cova’, ele já está escrevendo o projeto de uma nova novela das 19h da Globo e gravou quatro episódios inéditos do ‘Sai de Baixo’ para o canal por assinatura Viva. Apesar de tanto trabalho, o ator, que sempre declarou dormir muito pouco, garante que tem tirado, em média, umas cinco ou seis horas de soneca por dia.

“Não preciso de muito sono. Meu organismo não precisa de muito, não sou daquelas pessoas que dorme até meio-dia, não consigo. No máximo, se for dormir muito tarde, acordo às 9h30. Mas não passo disso. Geralmente, me levanto às 6h30, 7h. É o horário em que escrevo melhor, que estou mais produtivo”, conta.

Publicado em 11/06/2013 - O DIA