segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O ano de Carminha e das empreguetes


Não teve para ninguém. Carminha, a vilã vivida por Adriana Esteves em ‘Avenida Brasil’, atraiu todos os holofotes em 2012. Graças a um show da atriz e a uma história de vingança bem articulada, a novela de João Emanuel Carneiro conquistou o povo nas ruas e virou fenômeno nas rede sociais. O último capítulo parou o país, batendo recorde de audiência, com 52 pontos. “‘Avenida Brasil’ e Carminha me trouxeram um orgulho imenso de ser uma atriz brasileira”, comemora Adriana.

A trama foi marcada por reviravoltas eletrizantes. Uma hora, Carminha dava as cartas. Outra hora, era a vingativa Rita (Débora Falabella) quem estava por cima. Quando a cozinheira humilhou a vilã, a frase “Me serve, vadia!” se espalhou na internet.
Personagens como Tufão (Murilo Benício), Suelen (Isis Valverde) e Leleco (Marcos Caruso) também tiveram destaque na trama. Na pele de seu primeiro vilão, Marcello Novaes surpreendeu como Max.
"É daqueles personagens que um ator espera 10 anos. Uma oportunidade única, é quase como ganhar na Mega Sena!. Dei o melhor de mim para retribuir à altura essa confiança do joao no meu trabalho. Foi cansativo mas foi muito gratificante…”, diz o ator.

Com humor, criatividade e muita música, ‘Cheias de Charme’ resgatou a força da novela das sete, com médias acima dos 30 pontos. A extravagante cantora de tecnobrega Chayene (Claudia Abreu) e as empreguetes Cida (Isabelle Drummond), Penha (Taís Araújo) e Rosário (Leandra Leal) viraram paixão nacional. Elas podem estrelar um seriado em 2013.
“A novela deixou saudades. É um marco nas nossas vidas e na TV”, conta a diretora Denise Saraceni.
 “Cheias de Charme foi uma alegria do começo ao fim. É muito lembrada por sua interação com a internet, por mostrar o meio musical, mas o meu maior orgulho é a novela ter contribuído para uma maior valorização do trabalho doméstico”, festeja o autor Filipe Miguez.

‘Gabriela’ cumpriu sua missão, mas não chegou a empolgar. Com médias de 19 pontos, a versão escrita por Walcyr Carrasco sofreu com as comparações com a novela de 1975. No papel-título, Juliana Paes teve a difícil tarefa de suceder Sonia Braga como protagonista. Muitas vezes, ela ficou sumida na história, em meio a tantas tramas paralelas e outros personagens de destaque, como Gerusa, vivida por Luiza Valdetaro. Mas o fato é que veteranos como Laura Cardoso, Antônio Fagundes e José Wilker roubaram a cena.

No SBT, ‘Carrossel’ foi o maior acerto dos últimos anos. Com uma história leve e ingênua, escrita por Iris Abravanel, a novela infantil arrebatou a garotada e registra médias de 15 pontos, chegando a incomodar o Jornal Nacional. Devido ao sucesso, vai ser esticada até junho de 2013, para que sua sucessora, o remake de 'Chiquititas', também adaptada pela mulher de Silvio Santos, tenha mais tempo para ser produzida.
 “A qualidade do produto foi fundamental”, avalia o diretor Reynaldo Boury. "Tambem quem assistiu a versão mexicana na década de 80, hoje possui filhos com idade similiar de quando  assistiam, induzindo os filhos a participarem, unindo a familia brasileira".  Para o diretor, as crianças ganharam um espaço infantil no horário nobre da televisão: "Sabíamos que teria uma boa audiência, mas nunca com os índices atuais, que são extraordinários".

O ano foi complicado para as novelas da Record. A segunda temporada de ‘Rebelde’ e ‘Máscaras’ foram encurtadas devido à baixa audiência, em torno de 6 pontos. A primeira perdeu a credibilidade ao acrescentar vampiros na trama. Já Lauro César Muniz, autor de ‘Máscaras’, admitiu que sua novela foi um erro e que a demora em fechar os mistérios da trama policial afastou o público. Na verdade, o autor criou uma história confusa demais, na qual a troca de identidade entre o protagonista e o vilão só aumentou o nó  na cabeça do telespectador.
Mas a emissora dos bispos deu um salto de qualidade com a minissérie 'Rei Davi', com produção caprichada e ótimo desempenho do protagonista Leonardo Brício no papel-título. Escrita por uma autora cristã, Vivian de Oliveira, a minissérie bíblica também teve o mérito de liderar a audiência por várias vezes e derrotar a Globo nos dois dias de desfile das escolas de samba do Grupo Especial.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

MARACUTAIA NO MISS UNIVERSO 2012


Sou de um tempo em que a família sentava-se em torno da TV para assistir ao Miss Universo. Era programão. Cada um tinha sua candidata, eu marcava pontos fictícios num caderno avaliando os quesitos beleza, desfile, roupa típica e por aí ia. Quase sempre acertava ou ficava ali pelo segundo lugar. E as locações, então? Os lugares mais maravilhosos  do mundo faziam os telespectadores viajarem sem sair da poltrona. Fora a profusão de prêmios maravilhosos - e a coroa reluzente? -, shows com os melhores cantores do momento, e muito, muito glamour.
Só que às vésperas do fim do mundo, vemos Donald Trump vestido de Papai Noel, num salão em Las Vegas (EUA), abrindo o Miss Universo 2012. No estúdio da Band, Adriane Galisteu já não sabia mais o que falar - esperando entrar o link do concurso - com seus dois "convidados especiais", o stylist Raphael Mendonça ("que veste várias famosas") e a Miss Rio Janeiro deste ano e noiva do cantor Latino, Rayanne Moraes.
Numa entrada rapidíssima as 89 candidatas, vestidas como típicas periguetes brasileiras, não deram nem tempo de observarmos sua beleza. No telão, atrás das beldades, imagens repetitivas de neve; no palco, árvores de Natal, daquelas que vendem nas Lojas Americanas, e muitas caixas - vazias - de presentes. As candidatas saíram quase correndo. Corta. Galisteu no palco brasileiro diz que, após os comerciais, virão as 16 finalistas. Peraí! De 89 para 16? Sem desfile, sem biquíni, sem longo, sem nada? Isso mesmo! Vontade de desistir, mas vamos em frente: quem sabe o Brasil não faz bonito?
No bloco seguinte sai o resultado: Venezuela, Turquia , França. Peru, Russia (que faz coleção de ursos de pelúcia), Mexico (quer construir edifícios ecológicos), Polônia, Hungria (organizadora de casamentos), Africa do Sul (quer escrever um livro com sua mãe), Filipinas, Croácia, Brasil (eh!!!), Kosovo (quer ser diretora de filmes de horror), Austrália, Índia e USA (mais ovacionada, claro). Tem para todos os gostos.
E lá vêm elas de biquíni - com uma estampa horrorosa, pareciam comprados em liquidação do Saara -, todas com algo em comum: magérrimas. Aquela história de 90 de busto, 60 de cintura, e 90 de quadril já foi pro espaço há tempos. Agora, pra ser Miss Universo tem que mostrar busto com silicone, nenhum quadril, e pernas de saracura. E todas no carão - com aqueles penteados cafonas que só os americanos conseguem idealizar.
Aos trancos e barrancos, a brasileira Gabriela Markus chegou entre as dez finalistas: Austrália, Rússia, Brasil, França, Venezuela, EUA, Hungria, África do Sul, México e Filipinas. Vem a apresentação do grupo Train - mais sem graça, impossível-, num cenário que mistura o antigo Cassino do Chacrinha com Geração 80. E as candidatas nos seus longos sereias, exagerados nas fendas, nos cristais e no clima pré-carnavalesco.
Depois que indicaram as cinco finalistas - Venezuela, Filipinas, Austrália, EUA e Brasil -, Adriane Galisteu, do estúdio, gritou um: "Vai Brasil! Brasil!". Só faltou o coro de Galvão Bueno.
O sempre melhor momento é o das perguntas. Miss Venezuela, peguntada se formularia alguma nova lei, não teve dúvida: "Qualquer lei já foi feita, basta ter retidão e cumpri-la. Eu sou surfista e a melhor coisa a fazer nas ondas é esperar por elas. Isso se aplica às leis". Como??? Bom, à brasileira uma pergunta preconceituosa ao extremo, "se uma mulher que anda de biquíni por aí é considerada um objeto sexual". Falando em português (ponto a menos...), Gabriela respondeu que não é a forma de se vestir que mostra o caráter. E derrapou na conclusão: "Temos que mostrar às pessoas quem somos internamente em nossos corações". Ai, Jesus!
Galisteu que era Gabriela Markus desde o início, já mandou: "Acho que o Brasil fica entre as três". Nada disso, ficamos em quinto! E a ganhadora foi a baixinha, sem carisma, sem graça, do vestido mais feio de todos... Miss EUA! Para regozijo de Donald Trump, mostrado em pé, na plateia, aos risos! Maracutaia total!
Só posso reproduzir as palavras de Galisteu: "Gente, tô passada!". É, infelizmente, já não se fazem mais misses como antigamente... (SM)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Os galãs depilados da Record


Ter o peito cabeludo já garantiu ao galã Iran Malfitano papéis em novelas. Agora, na minissérie ‘José — De Escravo a Governador’, que estreia em janeiro, na Record, ele está experimentando, pela primeira vez, a sensação de ficar lisinho da cabeça aos pés. Assim como outros atores do núcleo egípcio da produção, Iran teve que se livrar de todos os pelos para viver o servo Hapu. Mas o sacrifício tem explicação: no Egito de 1.700 anos antes de Cristo, quando se passa a história, era costume os homens se depilarem completamente, para não serem atingidos por parasitas.

“Já tinha raspado a cabeça uma vez e depilei o peito para uma campanha há muito tempo. Mas nunca tinha tirado os pelos do corpo inteiro”, conta Iran, que usa uma maquininha para se depilar em casa uma ou duas vezes por semana. “Não coça. Se raspar com lâmina, dá problema, cria bolinhas, a pele fica irritada, vermelha”, completa.

O ator lembra que foi chamado para fazer o descamisado Carlito em ‘Kubanacan’ (2003), de Carlos Lombardi, na Globo, por causa dos seus pelos. “Lombardi me ligou e disse que não tinha visto meu trabalho, mas precisava de um ator com cabelos no peito. Fiquei surpreso, mas achei legal a sinceridade dele”, recorda.

Na minissérie ‘Rei Davi’, reprisada atualmente pela Record, a fartura de pelos também foi útil a Iran, que interpretou o cabeludo e barbudo general Abner. Mas, quando apareceu careca e depilado em casa há algumas semanas, assustou a mulher, Elaine, e a filha, Laura, de apenas 1 ano e 4 meses. “Minha mulher ficou maluca quando me viu. E a minha filha não me reconheceu, tinha me visto com barba e cabelão. Laura ficou duas horas e meia me olhando, estranhando, até falar comigo”, conta.

Protagonista de ‘José — De Escravo a Governador’, Ângelo Paes Leme só não precisou ficar careca, porque José é hebreu e consegue autorização de seu senhor, Potifar (Taumaturgo Ferreira), para manter seus cabelos curtos. De resto, o ator depilou peito, axilas, braços e pernas. “Não gostei muito, não. Preferia os meus pelos”, confessa. Para manter o corpo lisinho, ele faz a depilação com máquina na emissora. “Depois de cinco dias, o pessoal da maquiagem passa a maquininha, mas eu também faço bronzeamento para ficar com a pele mais morena e passo tinta preta nos cabelos porque tenho muitos fios brancos”, revela.
Intérprete de Potifar, Taumaturgo Ferreira mudou até sua opinião sobre a prática da depilação entre os homens. “Antes, quando via os caras depilados na praia ou em academia, achava estranho. Mas agora gostei”, admite o ator, que pensa em continuar lisinho após a minissérie: “Fiquei viciado nisso! Acho que o corpo fica mais bonito”.



Matéria publicada em O DIA - 5/12/2012
Fotos Divulgação/Michel Angelo

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Cassetas e Didi saem do ar, mas não vão fazer falta


Os cassetas e Didi estão fora da grade da Globo em 2013. A emissora não vai gravar novas temporadas de 'Casseta & Planeta Vai Fundo' e 'Aventuras do Didi'.
Didi faz parte da minha pré-adolescência. Mas vamos combinar: já deu o que tinha que dar! O programa 'Aventuras do Didi' não tem a menor graça. É melhor Renato Aragão se adaptar aos novos tempos, buscar outros formatos... Senão, não volta tão cedo ao ar! Já os Cassetas não têm mais nada de novo pra mostrar. O 'Casseta & Planeta Vai Fundo' é mais do mesmo, pior: sem aquele humor esculachado e non sense de outros tempos... Não vão fazer falta!!!

Pegadinha de menina fantasma: um assombro na Internet


O velho quadro da pegadinha, sucesso do ‘Programa Silvio Santos’ desde os anos 90, segue dando o que falar. No último domingo, a atração comandada pelo dono do SBT exibiu uma brincadeira que virou fenômeno na Internet e repercutiu nos sites internacionais. Uma câmera escondida num elevador mostra o momento em que uma menina fantasma assusta várias pessoas durante uma queda de energia. O vídeo já teve mais 1,5 milhão de visualizações no YouTube em apenas dois dias.

O site americano ‘Gawker’ disse que a pegadinha era muito assustadora e classificou: “Chega a ser uma tortura”. No site do tabloide britânico ‘The Sun’, a encenação foi comparada às cenas do filme de terror ‘O Chamado’.

Na pegadinha, exibida no último domingo no ‘Programa Silvio Santos’, a menina entra escondida no elevador e deixa as pessoas em pânico | Foto: Reprodução de Vídeo

A brincadeira mostra as vítimas chegando a um prédio comercial para uma entrevista de emprego. Quando elas entram no elevador, as luzes piscam e depois se apagam. Nesse momento, uma menina vestida de branco, com cabelos desgrenhados e uma boneca na mão, sai de um esconderijo na lateral do elevador. Quando a luz se acende, ela assusta as vítimas dando um grito. Depois, desaparece.

No extinto quadro ‘Topa Tudo por Dinheiro’, no ar entre 1991 e 2001 no SBT, as pegadinhas já eram campeãs de audiência com os atores Ivo Holanda, Gibe e Ruth Ronci.



Publicada em O DIA - em 28/11/2012



domingo, 28 de outubro de 2012

A Fazenda de Verão: anônimos, animais de pequeno porte e apresentação de Rodrigo Faro

Saem os famosos, entram os desconhecidos em busca de fama e fortuna. No reality ‘Fazenda de Verão’, 16 participantes anônimos vão disputar o prêmio de R$ 1 milhão na mesma sede da fazenda de Itu, no interior de São Paulo, que foi totalmente redecorada. Com apresentação de Rodrigo Faro, o programa estreia na quarta-feira, dia 31, às 21h45, na Record.

Conheça os 15 concorrentes já divulgados: Bianca Luperini, Claudia Kramer, Dan Wainer, Flávia Armond, Halan Assakura, Haysam Ali, Isis Gomes, Karine Dornelas, Nuelle Alves, Rodrigo Carril, Rodrigo Simões, Natalia Inoue, Thyago Gesta, Gabriela Noaves e Vanderlei Sacramento.
“Escolhemos participantes que querem batalhar prioritariamente pelo prêmio. Outro fator importante é que buscamos pessoas dispostas a se expor, no sentido psicológico e físico”, conta o diretor Rodrigo Carelli.
Além de confinar anônimos pelos próximos três meses, o programa terá outras novidades. Diferentemente de Britto Jr., Rodrigo Faro vai interagir com os peões sempre na área externa da sede, próximo à piscina, e não no campo de provas, que não deverá ser utilizado nesta edição.
As atividades típicas da fazenda, como cuidar da horta, da limpeza da sede e dos animais de pequeno porte, como aves e coelhos, continuarão valendo. Mas os participantes deverão ter mais atenção com as tarefas domésticas, como cuidar da cozinha, que será importante na dinâmica do jogo. Dois peões formarão a roça, e um será eliminado a cada semana. Mas, desta vez, o público votará para que o participante continue no reality.


Matéria publicada em O DIA - 27/10/2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Salve Jorge sofre boicote dos evangélicos


Mal começou e ‘Salve Jorge’ já está no centro de uma polêmica. Evangélicos estão usando a Internet para promover um boicote à novela de Glória Perez, que estreou anteontem com média de 35 pontos, na Globo. O site Exército Universal, formado por fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), alega que a trama faz adoração a Ogum, entidade espírita que corresponde a São Jorge. Até o bispo Edir Macedo, líder da Universal, faz campanha em seu blog contra a novela, pedindo que os seguidores assistam à reprise da minissérie ‘Rei Davi’, que reestreou no mesmo dia, com 6 pontos, na Record.

“Não vejo boicote nenhum dos evangélicos, o que vejo são interesses comerciais apelando para o fundamentalismo”, rebate Glória Perez.

Edir Macedo diz no seu blog que os fiéis não podem aceitar em suas casas algo que contrarie a sua fé, chama São Jorge de “deus pagão travestido de santo” e afirma que Davi, sim, é um herói verdadeiro. “Jorge não existiu, foi baseado em uma lenda babilônica em que o deus Marduk mata Tiamat, representada por um dragão. Sei que muita gente o vê como exemplo de herói guerreiro, mas herói guerreiro foi Davi!”, diz o texto de Macedo.

Outros líderes evangélicos estão estimulando os fiéis em cultos a boicotarem ‘Salve Jorge’. “Aconselhei a todos na igreja a não assistirem à novela, que é uma idolatria à feitiçaria”, exagera o pastor Epitácio de Souza, presidente do Ministério Nova Aliança de São Gonçalo.

Em comunicado, a Globo alega que a novela não fala de São Jorge, e, sim, do mito do guerreiro: “A única coisa que aparece de São Jorge é o fato de ele ser o padroeiro da cavalaria. É por isso que o personagem de Rodrigo Lombardi é devoto dele, pois pede proteção a cada ação. Com o decorrer da novela, isso ficará evidente para todos os grupos”.

SANTO CAUSA CIÚME E DISPUTA

DEVOTOS DE JORGE: Administrador da Igreja de São Jorge, no Centro do Rio, e integrante da irmandade do santo guerreiro, Jorge de Aguiar, 82 anos, não leva a sério o boicote dos evangélicos à novela de Glória Perez. “Isso é bobagem, ciúmes. Eles não vão conseguir nada”, aposta ele, que confia na força do santo para vencer essa demanda. “Acho que todas as religiões têm suas falhas, mas o importante é que as pessoas respeitem a fé dos outros”. Na última festa de São Jorge, a igreja do Centro recebeu mais de 180 mil fiéis.

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: Interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, Ivanir dos Santos diz que fazer censura prévia a uma obra de ficção é uma postura fascista. “Uma coisa é você ter um olhar crítico sobre aquilo que você vê. Isso é direito de todos. Agora, outra coisa é você proibir que alguém assista a algo”, avalia Ivanir. “Acho toda essa história de intolerância uma bobagem. A população pode gostar de ‘Salve Jorge’, ‘Rei Davi’, Preto Velho, etc”.

GUERREIRO: Em entrevista ao colunista Leo Dias, de O DIA, no último domingo, Glória Perez já tinha deixado claro que o foco da novela não era o santo, e, sim, o mito do guerreiro que São Jorge representa. “O que me levou a falar do mito foi a admiração pela força guerreira da gente do (Complexo do) Alemão, que suportou durante tantos anos o domínio dos traficantes”.


Matéria  publicada em O DIA - em 24/10/2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Avenida Brasil: segredo até o fim

Assunto obrigatório nas rodas de conversas, ‘Avenida Brasil’ chega à última semana cercada de mistério. Todo mundo quer saber quem matou Max (Marcello Novaes), qual será o desfecho de Carminha (Adriana Esteves) e o que acontecerá com Nina (Débora Falabella). Para evitar o vazamento do último capítulo, que vai ao ar na sexta-feira, a direção da novela montou um verdadeiro esquema de guerra: os atores só recebem o texto minutos antes da gravação e o acesso ao estúdio é restrito, só entram pessoas identificadas com uma pulseirinha especial.

"O que me incomoda não é o vazamento em si, mas sim que isso aconteça com muita antecedência, até para não tirar a graça e o prazer de o público saber de tudo assistindo à novela. Nossa estratégia foi pensada”, diz o diretor de núcleo Ricardo Waddington.
Ainda para preservar os desfechos dos personagens, o autor João Emanuel Carneiro escreveu pelo menos quatro finais. O capítulo verdadeiro só será escolhido no dia da exibição. Mas Waddington garante que o público não ficará decepcionado. “João preparou uma coisa muito criativa, tem sensibilidade. É um final muito interessante, diferente, não só surpreendente, porque todo desfecho de novela é. João gosta de se colocar em áreas de desconforto, nada que ele faz é rápido, simples, feijão com arroz”, exalta o diretor, que também dirigiu ‘A Favorita’, do mesmo autor.
Puxando a brasa para sua sardinha — e a de João Emanuel —, Waddington acredita que ‘Avenida Brasil’ já é um marco na teledramaturgia. “Ela deu uma oxigenada no gênero, recuperou o público do horário nobre. As pessoas voltaram a assistir à novela juntas e depois comentá-la no dia seguinte”, destaca ele, que enumera algumas razões para o sucesso: “Acho que foram a história da forma como foi contada, o texto do João, o elenco extraordinário, a direção e uma produção equilibrada. A novela possibilitou uma grande comunhão com o público, agregou pessoas de todas as classes sociais”.
Além de elogiar o trabalho de Adriana Esteves, Débora Falabella, Murilo Benício e Marcos Caruso, o diretor lembra que pequenos papéis acabaram crescendo na trama. “O Adauto (Juliano Cazarré) e a Zezé (Cacau Protásio) tiveram suas participações aumentadas. É um mérito do João, que aproveitou o talento de todos”, afirma.
Ambientar a trama num fictício bairro do subúrbio foi um dos trunfos da novela. Mas Waddington diz que não foi fácil. “A novela tinha outro olhar sobre o subúrbio. Tivemos dúvida da nossa capacidade, fizemos muita pesquisa. É o subúrbio que o João imaginou, de prosperidade, de gente que não quer sair de lá e ir para a Zona Sul. Nosso desafio era transformar isso em algo verdadeiro, buscar humanidade, não deixar ficar caricato”, explica.
Nas últimas semanas, a novela tem conseguido médias de 43 pontos — o recorde é de 49. “Se hoje temos picos de 50, é porque a audiência foi construída aos poucos, veio crescendo, mas isso já era esperado”, garante o diretor.


Publicada em O DIA - 15/10/2012

Oioioi! Nunca uma novela deu tanto o que falar na Internet


Os tapas que Carminha (Adriana Esteves) levou de Tufão (Murilo Benício) e Muricy (Eliane Giardini) fizeram a novela ‘Avenida Brasil’ explodir em audiência e bombar nas redes sociais. Até o elenco parou para ver a vilã ser desmascarada e escorraçada nas cenas de segunda-feira passada. A surra na megera rendeu 49 pontos de média e uma enxurrada de comentários no Twitter e no Facebook.
Na verdade, a trama de João Emanuel Carneiro, que termina na próxima sexta-feira, sempre deu o que falar na Internet, produzindo uma série de memes, imagens e frases que se espalham instantaneamente na web. A hashtag #oioioi deu início à mania de ‘Avenida Brasil’ no Twitter. Ela é presença obrigatória nos Trending Topics assim que começa a tocar o tema de abertura.
O sucesso só aumentou. No dia da exibição do centésimo capítulo, fãs criaram o #oioioi100 e resolveram “congelar” seus avatares no Twitter, utilizando o mesmo efeito do final de cada capítulo: os rostos em preto e branco sobre um fundo com pontos luminosos coloridos. Famosos e anônimos aderiram à brincadeira, entre eles William Bonner, apresentador do ‘Jornal Nacional’, que foi um dos primeiros a postar sua foto.
“Diferentemente do que se pensava, as redes sociais não roubam audiência, elas potencializam essa comunhão que existe entre o público e a novela. É delicioso acompanhar, ao mesmo tempo, a novela e os comentários no Face e Twitter”, diz o diretor de núcleo Ricardo Waddington, que adorou a onda de congelar. “É a que mais expressa a nossa empreitada. As pessoas sempre pedem para que a gente congele um determinado ator da novela”.
Em julho, quando Carminha achava que Rita (Débora Falabella) era culpada de tudo de errado em sua vida, surgiu o meme ‘A culpa é da Rita’. Frases aplicadas em imagens da vilã se espalharam na web, culpando a cozinheira por tudo, até a greve dos professores.
Outra frase arrasadora, “Me serve, vadia, me serve!”, que virou fenômeno quando Nina se vingou de Carminha, tratando a patroa como empregada. A variação ‘Keep calm and me serve, vadia’ também bombou. Quando Nina perdeu as fotos — em papel! — que fez de Carminha e Max (Marcello Novaes) juntos, os internautas fizeram piada, lançando no Face a campanha ‘Um pen drive para Nina’. Também houve mobilização para compartilhar as fotos dos amantes até chegar ao Face de Tufão (Murilo Benício).
A fofoqueira Zezé (Cacau Protásio) também teve seu momento na web, dançando e cantando “Eu quero ver tu me chamar de amendoim”. Carminha ainda aparece em várias montagens divertidas, fazendo caras e bocas, enquanto Nina é flagrada em situações inusitadas, como no programa de Fátima Bernardes.


Publicado em O DIA - 14/10/2012

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Carminha dá uma banana para o Divino: "Quero distância porque pobreza pega! Tchau seus merdas"


A cena de Carminha sendo desmascarada por Tufão e família bateu novo recorde de audiência de Avenida Brasil: 48 pontos na prévia do Ibope. Mas no capitulo desta terça-feira (9/10) tem mais: a vilã xinga a sogra de burra, velha idiota, e diz que "pobreza pega"! e vai embora dando uma banana para a galera do Divino!!!!!

Após ser expulsa da casa da família de Tufão (Murilo Benício), em ‘Avenida Brasil’, Carminha (Adriana Esteves) vai se abrigar na casa paroquial, mas não fica por lá muito tempo. Hoje, ao descobrir que a vilã está na igreja, Muricy (Eliane Giardini) vai ao local e coloca a messalina no olho da rua, revelando ao padre Solano os podres da vilã.

“Não tô acreditando que você veio me chamar de messalina?! Você, velha safada que trai o seu michezinho com o ex-marido, agora vem pagar de santa?!”, provoca Carminha, que xinga a ex-sogra de burra, velha idiota e cafona.

Irada, Muricy puxa a megera pelos cabelos e a arrasta para fora da igreja. “É guerra que tu quer, Muricy?! É guerra que tu vai ter! Velha idiota! Sempre te achei idiota, desde que tu apareceu lá em casa com aquela merda daquela compota de mamão! Mamão! Dez anos fazendo compota de mamão, dez anos que eu jogava no lixo!”, grita a vilã.

A mãe de Tufão diz para Carminha mostrar quem ela é. “Essa mulher que tá me xingando de velha idiota me chamava de mãe, padre! De mamãe!”, lamenta. E a vilã rebate: “Tu tinha é que agradecer, que eu devia chamar é de vovó! De bisa! Velha estúpida! Cafona! O filho enricou, mas tu nunca deixou de ser camelô! Eu te olho e eu vejo a barraquinha, a lona azul cheia de despertador ali tocando, os pente vagabundo, espelho! (grita) Olha o rapa! Corre que o rapa tá chegando, velha!”.

Antes de ir embora, Carminha dispara contra todos que assistem ao barraco na rua. “Bando de suburbano cafona! Tudo pobre! Pobre! Quero mais é distância que pobreza pega! Tchau, seus merdas! Eu quero que vocês se explodam”, esbraveja ela.

Tráfico de mulheres vai movimentar 'Salve Jorge'


O sonho de uma vida melhor vai virar pesadelo para um grupo de belas mulheres em ‘Salve Jorge’, próxima novela das 21h da Globo. Iludidas com a possibilidade de juntar muito dinheiro  em pouco tempo trabalhando no exterior, as personagens de Nanda Costa, Carolina Dieckmann, Paloma Bernardi e Lucy Ramos serão vítimas da máfia do tráfico de pessoas, tema principal da nova obra de Gloria Perez.

“Me interessei pelo tema e fui atrás”, conta a autora. “É uma forma de escravidão. A trama abordará o tráfico para diferentes fins: sexual, trabalho doméstico e adoção ilegal. É uma campanha de esclarecimento”, define.

Mãe solteira que mora no Complexo do Alemão, a protagonista Morena (Nanda Costa, foto ao lado) cairá na rede do tráfico humano ao aceitar uma proposta para trabalhar, por seis meses, como dançarina na Turquia. O ‘negócio’ é comandado por Lívia (Claudia Raia), a vilã da história, que se apresenta como agenciadora de talentos. “Morena é muito sonhadora, resolve buscar uma vida melhor e, quando aparece essa oportunidade, ela acha que vai ser bom, mas é enganada”, conta Nanda.

Na Turquia, onde ficou por 45 dias, a atriz gravou cenas de fuga de sua personagem, perseguida por traficantes. A sequência só deve ser exibida depois do capítulo 50. “Ainda não fiz cenas de violência, mas a ideia não é mostrar isso, e sim alertar outras meninas para que não caiam nessa armadilha”, resume ela, que leu livros e assistiu a filmes sobre o tema. “Também conversei com um pai que teve uma filha traficada, e uma vítima desse golpe. É muito triste”.

As cenas são tão fortes que Carolina Dieckmann já chorou por 20 minutos após uma gravação. Sua personagem, Jéssica, apanha, é estuprada e deve morrer por volta do capítulo 45. Enganada por Wanda (Totia Meirelles), braço direito de Lívia, ela viaja para a Espanha acreditando que vai trabalhar como balconista.

“É o papel mais dramático que já fiz. Mais do que a Camila (que tinha leucemia em ‘Laços de Família’). Saio esgotada. Tenho que segurar a emoção, às vezes, para não chorar no meio da cena”, revela.

Depoimentos de vítimas

A personagem de Carolina Dieckmann vai aparecer aos poucos na trama, por causa das cenas mais dramáticas. “Jéssica não entra no capítulo inteiro. A história dela vai mostrar o que pode acontecer com a Morena quando ela cair na rede do tráfico”, explica.

Rosângela, vivida por Paloma Bernardi, será enganada e vai parar em Madri, achando que fará carreira de modelo. Para sobreviver, ela vai se aliar aos traficantes. “Fui a prostíbulos para ver como vivem as garotas de programa”, conta.

Sheyla (Lucy Ramos) é outra menina do Alemão que vai parar na Turquia, vítima do tráfico humano. “Morena tenta fugir, mas Sheyla acaba se adaptando”, revela a atriz. Como em outras novelas de Gloria Perez, haverá no meio dos capítulos depoimentos de vítimas e parentes de meninas traficadas.


Publicada em O DIA, em 8/10/2012

Leda Nagle: boa conversa no Sem Censura


No comando do ‘Sem Censura’ há 16 anos, a apresentadora e colunista de O DIA Leda Nagle já entrevistou centenas de artistas, músicos e profissionais de diversos setores. Mas três famosos ainda estão na sua lista de sonho de consumo: Roberto Carlos, Chico Buarque e Gal Costa. “Daria para fazer um programa inteiro com cada um”, diz a jornalista, que comemora a longevidade da atração, no ar há 27 anos, de segunda a sexta, às 16h, na TV Brasil.

“Acho que o segredo é a diversidade de assuntos e convidados. E tem a interatividade com o público. Quando cheguei ao programa, só tinha fax e telefone. Não havia Internet como hoje. Agora, temos e-mail e as redes sociais, a comunicação com o telespectador é imediata”, analisa.

Além dos três ícones da música brasileira, Leda está de olho em outro convidado mais urgente: João Emanuel Carneiro, autor de ‘Avenida Brasil’. Noveleira assumida, ela tenta não perder um capítulo da trama. “Quando não posso assistir, leio os resumos no jornal”, revela a apresentadora, que deseja levar o novelista ao programa nesta reta final do confronto entre Nina (Débora Falabella) e Carminha (Adriana Esteves). “Já o convidei outras vezes, mas ele ainda não aceitou. Manoel Carlos e Gloria Perez vão sempre ao programa no último capítulo de suas novelas”, conta.

A batalha por bons entrevistados é árdua. Em média, são 120 convidados por mês — cinco ou seis por dia. “As pessoas querem vir ao programa, isso me deixa feliz. Nosso índice de rejeição é zero”, garante Leda. Mas conseguir artistas da Globo é sempre uma tarefa burocrática e cansativa. “A gente pede autorização e a resposta da emissora leva uns cinco dias úteis. Já a liberação dos contratados da Record é mais rápida”, compara.
Por incrível que pareça, o mau tempo é a pior ameaça ao programa. Quando chove muito no Rio, Leda conta que quase sempre os convidados se atrasam ou não chegam, por causa do fechamento do aeroporto Santos Dumont e da ponte Rio-Niterói. “Vários fatores podem nos derrubar. É punk! Já comecei o programa com apenas dois convidados, mas fui fazendo até os outros chegarem”, recorda.

No ranking dos assuntos preferidos do público, ela diz que saúde, esporte e artistas são os campeões. Mas, nos últimos tempos, tem despontado um novo tema: os padres cantores. “As pessoas enviam sugestões de entrevistas com padres de cidades pequenas, que ainda não são conhecidos mas que cantam também”, entrega.

No papel de mediadora dos debates, ela já precisou intervir de maneira mais enérgica durante uma discussão acalorada. “Se os convidados discordam, discutem, tenho que administrar a situação. Se não for uma saia justa muito explícita, passo batida. Mas enfrentei situações de estresse delicado em que tive de ser mais incisiva. Isso sempre acontece por excesso, de ego, de certeza”, diz. Pior que isso, só entrevistado que não rende, frisa ela: “Gosto de gente que domina o assunto do qual está falando”.

Mãe do ator Duda Nagle, que estará em ‘Salve Jorge’, próxima novela das nove, Leda nunca levou o filho ao programa. “Ele não gosta de dar entrevista”, explica. Mas os dois estão sempre conversando sobre TV. “Somos bem amigos, já moramos juntos. Agora, ele está no apartamento dele. Mas vai sempre na minha casa e falamos de tudo”.



PUBLICADA EM O DIA, EM 6/10/2012
FOTO: MAÍRA COELHO

É guerra! Torta voa pra todo lado na novela das sete

Aberta a temporada de torta na cara! E a primeira vítima foi Edson Celulari, logo no primeiro capítulo de ‘Guerra dos Sexos’. Roberta (Gloria Pires) acertou o bolo bem na cara de Felipe, personagem do galã. Mas a cena mais esperada da trama de Silvio de Abreu só vai acontecer no nono capítulo: Tony Ramos, o Otávio II, e Irene Ravache, a Charlô II, se sujaram muito ao refazerem a antológica ‘guerra de comida’ entre os primos vividos por Paulo Autran e Fernanda Montenegro na primeira versão.


“Ficou um barato! As pessoas riam no estúdio. Eu e Irene também rimos muito, era uma brincadeira. Nossa preocupação era sujar pra valer logo. Foi tão indolor que a cena saiu com humor que tinha de ter”, conta Tony Ramos. A gravação foi feita de uma só vez, sem ensaios, exatamente como a cena de 30 anos atrás.

“Foi direto. Não se pode errar essas coisas. Às vezes, o diretor queria mais pedaços na cara, pedia para a gente jogar outra vez, só para sujar mais. Foi um happening, uma alegria. E o importante foi acreditar nessa alegria e entender que o ódio dos personagens tinha que ser para valer. A gente não podia ter dó de jogar na cara um do outro aquela meleca toda”, diz Tony.

Mas a guerra entre Otávio II e Charlô II não saiu barato. Na mesa de café da manhã, além de leite, suco, iogurte e pães, os dois atiraram um na cara do outro seis tortas de damasco com creme de chantilly, encomendadas pela produção à Confeitaria Kurt (Rua Gal. Urquiza 117, loja B, Leblon. Tel: 2294-0599. Preço: R$ 85, a grande, e R$ 70, a pequena). Carro-chefe de vendas da loja, a tradicional guloseima também foi usada na batalha entre os personagens da primeira versão.

No meio do barraco, com comida voando para todo lado no cenário, Tony Ramos lembra que Irene Ravache não conseguia enxergar em certo momento. “Foi por causa do iogurte que caiu nos olhos dela. Ardeu!”, revela o ator, contendo o riso. “Foi difícil atuar com iogurte nos olhos. Ele bateu e foi descendo lentamente, se espalhando por todo lado. Um horror”, brincou a atriz.

Se Irene perdeu a visão por alguns segundos, Tony teve dificuldades para se livrar da sujeira. A atriz entrega uma engraçada história de bastidores sobre seu colega, conhecido por ter muitos pelos no corpo. “Tony contou que, quando foi tomar banho, foi terrível. Como ele é muito peludo, ficou cheio de cerejinhas”, diverte-se ela.

Edson Celulari, que faz o papel que foi de Tarcísio Meira em 1983, também achou divertido ser atingido por um bolo. “Quando li o primeiro capítulo e vi que a cena do Felipe acabava com uma tortada na cara, decidi que queria fazer. É muito engraçado! O barato da carreira de ator é diversificar. Se fizer sempre a mesma coisa, o público não vai querer ver”, avalia.

A comédia pastelão é um dos principais ingredientes da trama. E outras tortas na cara virão. Tony Ramos sabe que haverá comparações, mas frisa que agora a história é outra. “Quando temos dois ícones da dramaturgia, como Paulo e Fernanda, a cena deles é para toda vida. Agora, fizemos a nossa cena, com outra leitura. Tendo essa consciência dramatúrgica, tudo fica mais fácil”, conclui.


PUBLICADA EM O DIA, EM 2/10/2012

Cirilo, de Carrossel: 'Preconceito é uma besteira'


Intérprete do sofrido Cirilo, de ‘Carrossel’, Jean Paulo Campos conta que ganhou sapatos de um fã que sentiu pena do personagem

Está gostando de fazer o Cirilo em ‘Carrossel’?

Jean Paulo Campos: É muito legal, o personagem tem uma história que as pessoas gostam. Como sou parecido com ele, o público fica com dó de mim. Já cheguei a ganhar um par de sapatos novos de um fã.

Alguém já tratou você mal como a Maria Joaquina (Larissa Manoela) trata o Cirilo?

Nunca! Ela é muito má com ele, mas no fundo, no fundo, ela gosta de ser paparicada.

Cirilo sofre preconceito por ser negro e pobre. O que acha disso?

Acho tudo isso uma besteira. Afinal, todos somos iguais para Deus. E meus pais me ensinaram isso.

Você se dá bem com todas as crianças da novela?

Todos são meus amigos. Tanto é que, quando não vou passar uma noite na casa deles, eles vêm à minha para brincar comigo.

Está gostando de fazer sucesso, dar autógrafos e tirar fotos com fãs?

Eu não imaginava que isso aconteceria tão rápido. É muito legal ser reconhecido e respeitado pelo público. Outro dia, eu estava almoçando em um clube, e fizeram uma fila para pedir autógrafo e tirar fotos comigo.

As crianças ficam na porta da sua casa esperando você sair. Não se incomoda com o assédio?

No começo da novela, foi espantoso a quantidade de pessoas querendo me ver. Mas agora já acalmou, acho que todos os vizinhos já me viram. Mas em outros lugares continua sendo a mesma coisa. Se eu não fosse preparado pelos meus pais, eu ficaria assustado.

Passou a ter mais amigos na escola depois da novela?

Os amigos não mudam. O que acontece é que você passa a ter mais conhecidos querendo ser seu amigo, e isso é muito bom.

Gosta de estudar? Consegue ir à escola todo dia, normalmente, sem faltar, por causa das gravações?

Amo estudar. Tanto é que eu que acordo o meu pai para me levar à escola. Raramente a produção marca uma gravação no horário de aula. Eles dão prioridade aos estudos. Gosto muito de Ciências e Geografia. Você sabia que se tirarmos notas baixas podemos até sair da novela?

Antes de estrear na novela, você já tinha feito algum trabalho na televisão?

Sim, fiz comerciais, figuração e participações em outras novelas.

Como ganhou o papel do Cirilo? Fez testes?

Disputei vaga como outras 10 mil crianças que queriam estar na novela. Fui bem, e acreditaram em mim.

Pretende mesmo ser ator e continuar trabalhando na TV?

Quando acabar as gravações, pretendo fazer cursos para me aperfeiçoar. Acho que esta é a minha vida. Amo ser da TV.


PUBLICADO EM O DIA, EM 29/09/2012

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Mulheres à frente de seu tempo em 'Lado a Lado'

Numa época em que a mulher era criada para se casar e ter filhos, ficava em casa bordando e não podia aprender a ler e escrever, elas desafiaram o preconceito, as normas vigentes e foram à luta pelo direito de igualdade com os homens. Com ideias modernas demais para o final do século 19 e início do 20, as brasileiras Nísia Floresta, Chiquinha Gonzaga, Eufrásia Teixeira Leite, Tia Ciata e Júlia Lopes de Almeida fizeram história.

“Todas essas mulheres foram inspirações para a gente, contribuíram com as suas trajetórias e o modo como enfrentaram as limitações impostas a elas”, diz Claudia Lage, coautora com João Ximenes Braga de ‘Lado a Lado’, próxima novela das 18h, que estreia dia 10, na Globo.


A luta pelos direitos da mulher é tema do novo folhetim, ambientado no Rio do início do século 20. As protagonistas Laura (Marjorie Estiano), de família de barões do café, e Isabel (Camila Pitanga), filha de um ex-escravo, não se conformam com o único destino reservado a elas: o casamento. A inspiração de Laura é a escritora potiguar Nísia Floresta (1810-1885), considerada a precursora dos ideais feministas no Brasil. Em 15 livros, Nísia defendeu uma educação igualitária entre homens e mulheres, além de ter fundado no Rio um colégio revolucionário para meninas.

“A mulher não estudava nem trabalhava. Só existia para servir o marido e reproduzir. Mas Laura é mais libertária. E, para ela, Nísia é uma grande referência”, conta Marjorie, que aponta a mãe, Marilene, 61 anos, como exemplo. “É muito ativa, criou os irmãos e foi trabalhar. Ela tem características dessas mulheres de que estamos falando. Se formou e agora está abrindo um consultório de psicologia”.

O Rio efervescente mostrado na novela também é cenário de outra mulher à frente de seu tempo: a compositora e pianista carioca Chiquinha Gonzaga (1847-1935). Primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, ela participou da campanha abolicionista e criou a primeira marchinha carnavalesca, ‘Ô Abre Alas’ (1899). Amiga de Nair de Tefé, mulher do presidente Hermes da Fonseca, a maestrina escandalizou a elite e o governo ao tocar um maxixe, considerada uma música vulgar, durante um recital no Palácio do Catete, em 1914.

O surgimento das favelas, a afirmação dos negros e a invenção do samba também são temas de ‘Lado a Lado’. Foi nesse contexto que despontou a baiana Tia Ciata (1854-1924), cozinheira e mãe de santo que chegou ao Rio aos 22 anos e montou seu tabuleiro na Rua Sete de Setembro, no Centro. Além de grande quituteira, ela promovia em sua casa festas dançantes, frequentadas por compositores como Donga, João da Baiana e Sinhô. Numa dessas reuniões nasceu o primeiro samba, ‘Pelo Telefone’ (1916), de Donga e Mauro de Almeida.

“As questões da mulher e do racismo são contemporâneas. A novela é uma oportunidade de olhar para trás e repensar o presente. Mais importante do que mostrar o preconceito é falar da afirmação do negro na sociedade”, diz Camila Pitanga, que na trama vai morar no Morro da Providência, a primeira favela carioca, e sambar. “Na questão da emancipação da mulher, Laura e Isabel defendem a causa mais nas ações do que no discurso. Elas exercem isso no dia a dia. E Isabel trabalha também por uma questão de sobrevivência”, completa Camila.

Outras duas mulheres se destacam no período histórico que a novela abrange: a milionária Eufrásia Teixeira Leite (1850-1930) e a escritora Júlia Lopes de Almeida (1862-1934). No fim do século 19, após a morte dos pais, comerciantes de café em Vassouras, e da irmã, Eufrásia herdou sozinha uma fortuna que lhe garantiu a emancipação econômica numa época em que as mulheres dependiam dos homens. Com talento para os negócios, a sinhazinha, que manteve um longo romance com o diplomata Joaquim Nabuco, multiplicou o patrimônio fazendo vários investimentos. Como não se casou nem teve filhos, ela deixou toda sua riqueza para mendigos da rua onde morou em Paris, entre 1874 e 1928, e instituições da cidade onde nasceu, no Sul Fluminense.

“A luta por liberdade individual vai ser tratada na novela tematizando um conflito bastante contemporâneo: a tentativa de conciliar o amor e o trabalho. Só que, na época, a mulher ainda tinha que conquistar esse espaço como sujeito social”, explica Cláudia Lage.

Romancista e teatróloga, a carioca Júlia Lopes de Almeida expôs em vários artigos de jornais e livros suas ideias favoráveis à República e à abolição na virada do século 19. Mas a marca de sua obra foi principalmente a luta pela educação. Júlia participou das reuniões para a formação da Academia Brasileira de Letras, mas ficou de fora por ser mulher. “Acho que o propósito de discutir o papel da mulher é comparar como era antes e é no presente. Mas, hoje em dia, ainda vejo mulheres com comportamento típico do século 19, que só pensam em se casar, não têm desejo de trabalhar. Não sei se isso é uma opção. Mas acho comodismo não querer se desafiar”, diz Marjorie.

Publicada em O DIA, em 31/08/2012

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

FDP: série mostra que vida de juiz de futebol não é mole


Rio -  Sem salário milionário nem fama, ele é o profissional mais xingado do futebol e sua mãe é uma das que mais sofrem. A série ‘FDP’, sigla que representa a forma ‘carinhosa’ pela qual os torcedores chamam o árbitro do jogo, vai contar em 13 episódios a saga de Juarez Gomes da Silva, interpretado por Eucir de Souza, um juiz que sonha apitar uma Copa do Mundo. A produção da Pródigo Filmes estreia no próximo domingo,às 20h30, no canal HBO.

“Estudei as regras e voltei a assistir futebol”, conta o paulista Eucir, 42 anos, que torcia pelo Palmeiras e hoje garante não ter time. “Quando ia ao estádio, não me lembro de xingar o juiz”, completa.

Ao fazer laboratório com o ex-árbitro da Fifa Sálvio Spínola, Eucir sentiu na pele como é ser achincalhado. “Acompanhei jogos que o Sálvio apitou pela Taça Libertadores no ano passado. Chegava ao estádio com ele e os torcedores achavam que eu também era juiz. Me xingavam e faziam piadinhas sobre a minha mãe ”, diverte-se o ator.

Durante as gravações, Eucir também virou alvo de ofensas: “Os figurantes sabiam que eu era um ator, mas tinha um cara que não parava de me xingar nem quando as câmeras paravam de filmar”.

Na série, enquanto a carreira deslancha, a vida pessoal de Juarez é tumultuada: ele disputa a guarda do filho com a ex-mulher, Manuela (Cynthia Falabella), a quem traiu e transmitiu doença venérea, e tem um caso com a bela bandeirinha Vitória (Fernanda Franceschetto). “No primeiro episódio, ele sonha com mulheres”, adianta.

Publicado em O DIA - 21/08/2012

Os 50 anos de carreira de Regina Duarte em exposição


Rio -  Em comemoração aos seus 50 anos de carreira, Regina Duarte, 65, ganha uma exposição que refaz sua trajetória na TV, no cinema e no teatro. Com curadoria de Ivan Izzo, a mostra ‘Espelho da Arte — A Atriz e Seu Tempo’ será inaugurada amanhã, às 19h, para convidados, no Centro Cultural Correios, no Centro, e abrirá ao público na quarta-feira, ao meio-dia.

Regina cedeu todo o seu acervo de fotos, figurinos e objetos pessoais, mas ficou emocionada ao ver uma peça em especial. “Foi um vestido azul da Viúva Porcina (sua personagem em ‘Roque Santeiro’), feito de lantejoulas, porque convenci minha mãe a usá-lo no dia em que fui receber o cetro de rainha do Carnaval das mãos da Dercy Gonçalves. Me emocionou muito”, conta.

Dividida por décadas, a exposição segue ordem cronológica dos trabalhos da atriz e está disposta em ‘casas-cenários’, ambientes que reproduzem os lares brasileiros e fazem referência aos estúdios de TV. Os objetos cenográficos, como geladeira, fogão e televisão, são feitos de papelão, material 100% reciclável.

Convencida a montar sua exposição após ver a mostra que marca os 30 anos da morte de Elis Regina, a intérprete da Maria do Carmo, de ‘Rainha da Sucata’, dedica o evento aos fãs. “Adoro o título ‘Namoradinha do Brasil’, porque é um símbolo da relação de carinho que se estabeleceu entre o público e eu”, comemora ela, que voltará às novelas no segundo semestre de 2013.

Após percorrer o País nos próximos dois anos, a exposição será encerrada em Franca, cidade natal da atriz, onde a casa que ela morou está sendo reformada para virar centro cultural e abrigar o seu acervo.

Publicado em O DIA - 19/08/2012

sábado, 26 de maio de 2012

DESASTRE NA JOVEM GUARDA

Quando a gente ouve falar em homenagem à Jovem Guarda no Som Brasil, da Globo, vem logo à cabeça uma festa de arromba - com trocadilho, claro! Animação, iê iê iê, muita dancinha da época... E o que temos? Três grupos e um dupla que nenhum antidrepressivo no mundo consegue tirar o telespectador do fundo do poço. Sem falar, nos figurantes, quase dormindo nas arquibancadas improvisadas no cenário, na fotografia sem criatividade (a luz chega a "estourar" num dos grupos musicais, deixando aquele clarão) e a edição quase tão lenta quanto os convidados. No trio Stop Play de Moon, a cantora-modelo Geanine Marques, estilo Mortícia Adams versão loura, parece que vai desmaiar a qualquer momento. Ela, seu guitarrista imexível, e o baterista, que parece saído de um grupo tipo Gang 90 & as Absurdetes, demonstram uma tristeza incrível "cantando" Rua Augusta! Eu só me perguntava: "Em que momento vai entrar o Eduardo Araújo para salvar isso?". E nada. Eles ainda sofreram mais em A Volta e Eu Daria a Minha Vida. Mil vezes a Martinha (olha a que ponto cheguei!). Olho de relance e acho que Maria Gadú está no palco. Não: é Pe Lanza, do Restart, cantando que é O Bom. Isso é que é falta de noção! Depois, Pe Lu, com o rosto empapuçado de pancake três tons acima, ataca com Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rollings Stones, acompanhado pelo baterista Thomas, que também erra a época "homenageada" e vem de Rod Stewart anos 1980. O único atenuante é a participação final de Jerry Adriani, arrasando em Doce Doce Amor, dando um off no Restart. Mas não fica só nisso. Joelma, do Calypso, radicaliza com um top de couro vermelho, uma faixa de voil preto, simulando uma saia, e botas de cano alto. Quase não consegui entender o que ela cantava, ora "corria" com as palavras, ora engolia outras... Mas pela melodia percebi que eram Devolva-me, da Lilian, e um pout-pourri (bendita legenda!) com Parei na Contramão, Eu Sou Terrível e É Proibido Fumar. Joelma é salva pelo gongo, quando Wanderléa rouba a cena com Pare o Casamento e Prova de Fogo. Houve algo que valesse a pena? Marcelo Jeneci  levou bem Gatinha Manhosa e Esqueça. O multi-instrumentista é bom e deveria abrir mão da inexpressiva parceira, Laura Lavieri. Tão bom que protagonizou o melhor momento do programa: cantar Alguém na Multidão com os maravilhosos Golden Boys. Esses, sim, animados, em ritmo de festa, de Jovem Guarda, enquanto os outros participantes pareciam saídos de algum filme da série A Volta dos Mortos Vivos. (SM)

quinta-feira, 15 de março de 2012

LOUCO POR ELAS: UMA BANANA DIFÍCIL DE DESCASCAR

Séries e programas em episódios com famílias, muito entra e sai, comédia de erros já estão batidos na nossa TV. Mas a insistência é sempre uma tentativa de abocanhar uma fatia do público comodista ou que fica na expectativa de que, com o passar do tempo, "vai melhorar" ou porque os outros canais não conseguem ser apetitosos no horário. Com chamadas que pareciam de uma sitcom interessante, Louco por elas estreou na Globo, mostrando muito do mesmo, ou seja, sem novidades.


Logo de cara, achei que estava assistindo a uma trama de Carlos Lombardi, com crianças sempre prodígios, que citam Freud, assim como Theodora (Laura Barreto), e que, em alguns momentos, só conseguia declamar suas falas, sem interpretá-las. E adultos com textos "inteligentes"/"engraçadinhos", soando forçados.... Mas era Louco por Elas. Eduardo Moscovis, sem estofo e jogo de cintura para o personagem, agrada ao público feminino pelo visual. E só. A tentativa de tiradas engraçadas, em edição ágil, não ajudou o galã, que, em muitos momentos, lembrou-me Wladimir Brichta em seu táxi, em Faça Sua História. Fiquei penalizada por Glória Menezes, que parecia mais perdida do que cego em tiroteio. Comédia leve, clima de vaudeville, não mostram seu brilho. E fazer sua Violeta passar por velhinha com dificuldades de memória e descolada, ao mesmo tempo, resvalou numa caricatura e na total falta de aproveitamento de uma atriz que já fez papéis de tanta relevância na TV brasileira. A filha do diretor de núcleo da Globo Guel Arraes, Luíza, ficou alguns tons acima da adolescente rebelde - sem causa. Sua Bárbara me remeteu à personagem de Bianca Comparato, em Belíssima, também exagerada, a princípio, mas que foi ganhando contornos mais palatáveis com o desenrolar da trama de Silvio de Abreu. E Deborah Secco, com 10 quilos a menos para livrar-se do estigma Natalie Lamour? Bom, Deborah Secco é sempre Deborah Secco... Pelo menos só apareceu uma vez de sutian e calcinha! Um avanço... (SM)

terça-feira, 6 de março de 2012

POBRE QUER VER MULHERES RICAS... E RIDÍCULAS!

Não houve um suspiro no docu-reality Mulheres Ricas que não fosse combinado. A riqueza ali estava no excesso de ridículo, que levou ao sucesso de comentários nas redes sociais e nas rodinhas de amigos, já que a audiência não passou de 4, 5 pontos no Ibope. Vamos lá: quem não gosta de ver pessoas se expondo em situações risíveis, patéticas, regadas a champanhe, em carrões ou aviões? A verdade do "mundo real" aliada à rotina é tão cansativa... A falta de dinheiro, então... Assim, depois de um dia de trabalho (muitas vezes, mal remunerado) por que não passar meia hora vendo cinco mulheres dispostas a servirem de deboche público, mostrando o que são e - o melhor - o que não são e não têm? O over deu o tom de Mulheres Ricas. E as fofocas também. A elegância passou longe e as participantes desciam do salto com a maior facilidade. Ou seja, tudo que o público quer ver. E a TV mostra, aproveitando-se do binônimo muito comum à maioria que acompanha ficção:  projeção e identificação com os personagens. Pensemos nos telespectadores de baixo poder aquisitivo. Como não se interessar por uma mulher como Valdirene Aparecida Merchiori, que trabalhou na roça quando criança, tornou-se rica (sem entrar no mérito do processo) e hoje é capaz dar uma festa de aniversário "caríssima e chiquérrima"? E que, ainda por cima, alfineta e ri das "colegas" de programa, dá ataques de grosserias (vingando-se dos que deve ter sofrido durante sua vida de "pobre") e adoooooora uma futilidade? Como não amar os excessos das mulheres ricas, que entravam em lojas lindas e só mandavam colocar tudo nas sacolas, indo embora sem pagar nada? Para nós, que conhecemos televisão e sabemos como funcionam as coisas, houve várias permutas, as ideias e execução de passeios/viagens foram da produção da atração, muitos empréstimos (joias, aviões, roupas etc) pelos empresários interessados na visibilidade do programa e assim por diante. Mas para quem queria ver boniteza, riqueza e mergulhar num mundo distante do seu ou apenas se divertir às custas das exageradas mulheres ricas foi um prato feito. Opa, feito, não... À la carte. Com muiiiiito champagne francês, porque, hello, a ideia era embebedar o sonho do telespectador. Joãosinho Trinta sabia muito bem o que dizia: pobre gosta de riqueza. E nem precisa ter glamour, requinte... Muito menos ser de verdade! Por isso, não há como levar a sério Mulheres Ricas, nem tecer teses mirabolantes. O negócio é o seguinte: tá ruim pra todo mundo, então bora ver coisa bonita e dar muita risada? (SM)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Dr. Rey, o carimbador maluco do Carnaval

Ele apertou o silicone de uma mulata, riscou o traseiro de outra e foi até o chão, chão, chão com uma gordinha, que pediu, pelo amor de Deus, uma lipo, de graça, porque é pobre. Dr. Robert Rey, mais conhecido como o 'Dr. Hollywood' (série exibida pela RedeTV!), foi disparado a figuraça do Carnaval na TV. No já tradicional 'Bastidores do Carnaval', a cobertura mais trash da folia momesca, o cirurgião plástico das estrelas deu show de simpatia e exibicionismo. Em plena avenida, analisou bumbuns, peitos e barriguinhas de modelos e passistas como se estivesse na segurança de seu consultório em Beverly Hills, onde cobra até 5 mil dólares por uma consulta.

Quando aprovava a anatomia de uma das mulheres analisadas, metia um carimbo de 'Aprovada - Rey in Rio'. "Assim você vai acordar a minha anatomia! Assim você acorda o Mr. Happy", brincou ele com uma gostosona. Até sua parceira de show, Mirella Santos, foi submetida à avaliação do carimbador maluco, e passou no teste do bumbum!

Com a chatíssima transmissão do desfile das escolas de samba do Rio, na Globo, só mesmo Dr. Rey e a trupe da RedeTV!, comandada por Nelson Rubens e Flávia Noronha, para garantir a diversão.

Além do cirurgião exibido, Tiago Barnabé surpreendeu com uma imitação da Valéria Bandida, do 'Zorra Total': a Vandete. O humorista, que surgiu há três anos fazendo a Luciana Gimenez Cover, criou uma personagem com trejeitos que não deixam nada a dever à original de Rodrigo Sant'Anna. Num cenário que reproduzia um ônibus, ele fez piadas com modelos, destaques e colegas da emissora. Tudo de improviso. Bandido!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Carnaval no SBT: festival de erros na Sapucaí

Com os direitos de transmissão do desfile das escolas do grupo de acesso do Rio, o SBT deveria caprichar na apresentação para atrair o público. Mas Eliana parece estar com raiva de ter sido convocada, Carlos Nascimento não sabe onde ficam concentração e dispersão, Arlindo Grund só dá bola fora sobre figurinos e adereços. Falta identificação de destaques, rainhas de bateria... Enfim, um festival de erros. 
E o apresentador do SBT Rio, Rogério Forcolen – misto de Wagner Montes com Ratinho -, que joga o sapato na câmera quando está irritado, é o repórter especial da transmissão. Nada a ver com nada!


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

BBB 12: Simulação de sexo debaixo do edredom? Me engana que eu gosto

Deixa eu ver se entendi: Daniel e Monique se bolinaram debaixo do edredom, ele não manteve a ereção nem ejaculou, mas os dois simularam sexo porque acharam uma boa estratégia a formação de casal no BBB 12... Hã-ham! O que mais os dois tiveram que "decorar" pra dizer à polícia? Parece texto e roteiro de quinta categoria, encomendado a um autor decadente.
A versão deles sobre o caso do suposto estupro é mais um capítulo ridículo de uma polêmica que a Globo tentou varrer pra debaixo do tapete desde o início. O depoimento de Monique tirou o peso sobre os ombros de Daniel, suspeito de ter cometido abuso sexual, mas desviou todo o foco para ela e deixou dúvidas, sim, sobre o seu comportamento.
Primeiro, ela disse a Boninho que as carícias foram consentidas. No dia seguinte, mudou o discurso e ficou em cima do muro, afirmando que havia apagado e não lembrava de nada. No depoimento à polícia, negou que tenha feito sexo. Dormindo ou acordada, Monique parece ter uma memória muito confusa.
Se o rala e rola foi consensual, então por que apenas Daniel foi expulso? Primeiro, a Globo tentou abafar o caso. Depois, minimizou. Mas perdeu o controle quando a polêmica ganhou as redes sociais. Botar o modelo pra fora da casa foi uma resposta - talvez precipitada - aos protestos. A produção do programa alegou "grave comportamento inadequado", sem falar em estupro num primeiro momento - um cuidado para evitar um possível processo.
Mas o fato é que a emissora julgou e condenou sumariamente Daniel antes mesmo de a polícia concluir as investigações. E agora? O cara saiu com má fama, sem dinheiro, e ainda revelou que não manteve a ereção... Não é à toa que tem muita gente querendo que ele retorne ao programa ou que Monique vaze também. Mas, se o que aconteceu debaixo da coberta foi mesmo simulação de sexo, como eles disseram, os dois deviam ganhar o Oscar, porque a atuação de ambos convenceu.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

BBB 12: até os erros são repetidos

Quando é que você sabe que uma nova edição do BBB começou? Fácil: Basta ver e ouvir um bando de fortões e gostosas histéricos gritando "uhuuu" ao invadirem a casa onde vão passar os próximos três meses. Entrar no reality show da Globo aos berros parece um pré-requisito, um ritual que se repete desde a primeira edição. A estreia do BBB 12 foi como filme da Sessão da Tarde: já passou trocentas vezes.
Mas bem que o diretor Boninho tentou inovar na apresentação dos 16 participantes. Em vez de mostrá-los juntos com suas famílias, recebendo a confirmação de seus nomes para o programa, exibiu clipes com perfis "engraçadinhos", nos quais brothers e sisters faziam uma dancinha e "atuavam" como se estivessem numa história em quadrinhos. Por fim, cada um recebeu um rótulo: o gato, o galã, a princesa, a pilhada, a nerd, o bicho do mato, o ogro... Será que os apelidos vão pegar? Tenho minhas dúvidas. Na verdade, achei tudo meio mais ou menos.
Aliás, quem não deve ter achado muita graça de nada foi Pedro Bial. Um tanto irritadiço, o apresentador reclamou da posição do monitor, que não estava à sua frente, e foi flagrado com cara de poucos amigos logo após a direção cortar para ele no estúdio e não para os participantes na casa - ele havia acabado de conclamar o público a dar uma espiadinha! Como Bial mesmo disse: são apenas 10 anos no ar... Mas os erros em programas ao vivo fazem parte do pacote.
Só espero que a direção tenha mais criatividade nas próximas provas de resistência. Colocar os participantes dentro de um carro para disputar a imunidade, como na primeira edição, foi muita falta de imaginação. Afinal, a graça do reality é justamente ver os concorrentes passando perrengues e batendo boca. De preferência, em provas inéditas!
Ainda é cedo para arriscar palpites sobre favoritos. Mas já dá pra dizer, por exemplo, que a exuberante Fabiana fala demais, faz tudo para chamar a atenção. Se a "personalidade" da moça vai cair nas graças do público e agradar aos companheiros de confinamento, só os paredões vão dizer. E a estudante Jakeline? Chorou! Saudades de seu casal de... galináceos! Coisa mais ridícula. Já pode ligar pra eliminá-la?

PERERECA DA DERCY BRILHA NA MICROSSÉRIE

A perereca da vizinha tá presa na gaiola... Está nada! Até a próxima sexta-feira ela vai voar livremente por Dercy de Verdade, na Globo. Nossa, quantas saudades se misturaram na minha mente, enquanto via a microssérie de Maria Adelaide Amaral! Minha mãe cantando a Perereca da Dercy (epa, entrei no clima...), meu avô, contemporâneo da atriz, em Santa Maria Madalena, contando, como a cidade tinha vergonha da filha famosa quando ela foi escorraçada de lá, e como dona Margarida (mãe da ainda Dolores) sofreu nas mãos de Seu Manuel - o que, aliás, poderia ter sido mais bem explicado no episódio de estreia. E eu ficava meio tensa, porque vovô dizia que Seu Manuel, alfaiate afamado na cidade, podia ser "malvado como o quê". E o meu pai era... alfaiate!(risos). E, assim, desde menina me "solidarizei" com Dercy e comecei a admirá-la. Nas sessões de filmes brasileiros, que a Globo e a TV Brasil (antiga TVE) mantinham nas priscas eras eram apresentados Cala a Boca, Etelvina! (cujo trecho foi mostrado na microssérie), Minervina Vem e Entrei de Gaiato (com o maravilhoso Zé Trindade, que virou desafeto da Dercy e acabaram fazendo um filme sem se falar), eu não perdia um. Pude revê-los em DVD e no Canal Brasil. Dercy, para mim, não era a "velha desbocada, que já estava esclerosada", como muita gente rotulava. Era a mulher batalhadora de Madalena, que correu atrás do que queria, que sugou cada segundo da vida e, como ela mesmo disse: "Não sabia pra onde ia, só sei que fui e cheguei". Isso ficou bem claro em Dercy de Verdade, com bela atuação de Heloísa Périssé. E a sempre ágil direção de Jorge Fernando. O que me fez voltar no tempo novamente. Lembrei-me do misto de respeito e paciência que Jorginho tinha ao dirigir Dercy Gonçalves, na novela Deus nos Acuda (1992). Ela já não conseguia ficar muito tempo de pé, nem decorar o texto (um amigo dos tempos da Atlântida, o ator Luiz Carlos Braga, soprava todas as falas para o ponto eletrônico da atriz), mesmo assim, colocava cacos engraçadíssimos e estava sempre de bom humor. Depois de meses cobrindo a novela quase diariamente, nos estúdios da Herbert Richers, no Rio, um dia Dercy me "descobriu" e gritou: "Você aí! Vai escrever pra falar bem de mim ou pra me esculhambar?". Antes de eu dizer da admiração que tinha pelo trabalho, pela carreira dela, ouvi: "Também não me interessa! Escreva o que quiser! Já fui muito esculhambada, tá? Mas o povo me ama!". Taí, Dercy: outro texto meu sobre você. E, só pra lembrar, eu sou povo também!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

QUEM VAI BOMBAR EM 2012

Juliana Paes - Escolhida para o papel que foi de Sonia Braga, a atriz parece ser a opção acertada para protagonizar o remake de Gabriela, escrito por Walcyr Carrasco. Talento, carisma e curvas ela tem. Vamos ver se a musa confirma o jeito malicioso, o aroma de cravo e o sabor de canela que a personagem pede.

Fátima Bernardes - O novo programa da ex-apresentadora do Jornal Nacional deve dar uma arejada nas manhãs da Globo. Se reduzir o tempo de Ana Maria Braga e do Bem Estar, já está valendo!


BBB 12 - Quando a gente pensa que o reality já deu tudo o que tinha que dar, o diretor Boninho sempre lança uma novidade e injeta fôlego no formato. É isso o que se espera da nova edição. Além de uma seleção de participantes que valham a pena assinar o pay-per-view.

Mulheres Ricas - São cinco mulheres - a empresária Val Marchiori, a socialite Narcisa Tamborindeguy, a arquiteta Brunete Fraccaroli, a joalheira Lydia Sayeg e a piloto de Fórmula Truck Débora Rodrigues - que só têm em comum uma gorda conta bancária. O programa, um misto de reality e documentário, na Band, vai mostrar que, se o dinheiro não traz felicidade, ao menos serve para comprar tudo do bom e do melhor. Ou como diz a extravagante Val Marchiori: "Dinheiro não traz felicidade. Mas leva pra chorar em Paris! De preferência na Chanel". Frases como esta devem garantir a diversão!

Avenida Brasil - A novela de João Emanuel Carneiro conta a história do jogador de futebol Tufão, vivido por Murilo Benício. No elenco, Débora Falabella, Débora Bloch, Adriana Esteves, Cauã Reymond, Carolina Ferraz, Alexandre Borges, Ísis Valverde, Glória Menezes e Tony Ramos, entre outros. Depois do sucesso da novela A Favorita e da séria A Cura, o novo texto do autor chega em abril cercado de muita expectativa.

Nanda Costa - A atriz de 25 anos vai ter sua primeira grande oportunidade como protagonista na novela de Glória Perez, ainda sem título, no segundo semestre deste ano. Nanda foi a Lilica, de Cordel Encantado, e a Soraia, de Viver a Vida. A torcida é para que ela dê conta do recado.

Carrossel - O remake da novela mexicana está previsto para estrear no segundo semestre no SBT. Isto se a emissora conseguir pacificar os bastidores da produção, agitados com demissões e gravações interrompidas. No elenco, Rosane Mulholland como a professora Helena. Resta saber como a exuberante Lívia Andrade, como Susana (rival da protagonista), e a menina prodígio Maisa, como a aluna Valéria, vão se sair sem Silvio Santos por perto para cutucá-las.

Casseta & Planeta - Depois de ficar um ano fora do ar, o humorístico volta com Maria Melilo, ex-BBB, e Miá Mello, ex-Legendários. Se Maria representar o papel de sonsa e gostosa sem noção que a fez ganhar R$ 1 milhão no reality, existe boa chance de dar certo. Quanto a Miá, espera-se que ela não repita a boboca Teena, que interpretava no programa da Record e só irritava o telespectador.

Dercy de Verdade - Se a microssérie sobre a vida da comediante desbocada mantiver o nível das biografias anteriores, vai ser mais um sucesso. A assinatura do texto por Maria Adelaide Amaral, que também escreveu Dalva e Herivelto, já é um aval de qualidade. Vamos ver como Heloísa Périssé e Fafy Siqueira se saem no papel em diferentes fases da vida de Dercy Gonçalves.

Brado Retumbante - Depois de estourar como o capitão Herculano, de Cordel Encantado, Domingos Montagner tem a chance de mostrar que é mais do que um galã rústico. Na minissérie, ele interpreta um senador que acaba assumindo o cargo de presidente. E tem como parceira a bela Maria Fernanda Cândido, que se dá ao luxo de escolher seus papéis. Isso é pra quem pode, né?!?!

Rei Davi - Mais uma minissérie bíblica da Record, com Leonardo Brício no papel de Davi. A emissora gasta milhões nesse tipo de produção, que faz um trabalho esforçado de reconstituição de época e efeitos especiais mas costuma pecar pelo desempenho de alguns protagonistas. Sem falar que o retorno em audiência é fraco. Mas não custa dar mais um crédito...