domingo, 12 de dezembro de 2010

SILVIO SANTOS É COISA NOSSA!

Faço parte de uma legião de telespectadores que cresceu assistindo ao Programa Silvio Santos, aos domingos. No início dos anos 70, lá em casa, tínhamos apenas uma televisão, em preto e branco. E meus pais, fãs do dono do Baú, controlavam o seletor de canais. Não tinha jeito de assistir a outra coisa. Quando minha avó nos visitava, então, pedir para trocar de canal era quase uma ofensa. Ela adorava o animador, que passava quase o dia inteiro conduzindo quadros como Qual é a Música?, Show de Calouros, Porta da Esperança e Boa noite, Cinderela. Se pudesse escolher, eu veria minhas séries favoritas na época: Os Três Patetas, Abbott & Costello e Os Banana Splits. Como não tinha opção, acabava me aboletando no sofá e assistindo a Silvio, seus convidados famosos e seus jurados. Mas, com 6 ou 7 anos, não entendia a graça que minha avó, meus pais, minha família inteira viam naquele sujeito de paletó e gravata, que tinha uma risada engraçada e dava prêmios. A musiquinha do programa foi um hit da minha infância: “Agora é hora de alegria, vamos sorrir e cantar, do mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar... Silvio Santos vem aí... Papãpãpãpã”.
Só muito tempo depois, já formado em jornalismo, comecei a compreender por que tanta gente o admirava, o idolatrava: Silvio tem um incrível carisma e um dom inigualável para falar a língua do povo. Quando criança, jamais poderia imaginar que um dia conheceria pessoalmente aquele homem que preencheu as minhas tardes de domingo na TV, desde a infância até hoje. Como jornalista, participei oito vezes do júri do Troféu Imprensa e fiquei cara a cara com o “homem”. A cada encontro no camarim do SBT, uma emoção diferente. É um privilégio para poucos na profissão. Ver de perto a tintura que ele usa no cabelo, o tanto de maquiagem que cobre seu rosto e o elegante paletó que veste, da grife Ricardo Almeida, apertar sua mão, ouvir sua preleção antes da gravação, sua inconfundível risada e o modo como "aquece" o auditório, contando piadas... são experiências que não têm preço. Levei esse tempo todo para descobrir o que meu pai e minha avó, que nunca tiveram a oportunidade de conhecê-lo, já sabiam: Silvio Santos é coisa nossa!!!
Esta também é uma homenagem ao meu pai, Paulo Jorge, falecido em março deste ano, aos 76 anos, e à minha avó, Lucina, que também já nos deixou, há 11, e teria 100 anos. Os dois compravam o carnê do Baú porque acreditavam em Silvio Santos, e certamente, se hoje estivessem aqui, fariam parte da legião que confia em sua volta por cima.

4 comentários:

  1. olá, meu nome é Patricia, sou advogada aqui no RS, sim silvio é coisa nossa, em um país em que não se tem mais nada para chamarmos de nosso, um dia poderemos dizer que por aqui passou o maior comunicador que esse país já viu, parabens pela matéria, emocionante.

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  2. Como Sílvio Santos dificilmente haverá um outro
    em todos os tempos.

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  3. concidero o silvio como o mair exemplo de líder nos ultimos tempo.
    sou admiridador do mesmo desde criança quero acreditar que o mesmo já deu a volta por cima, pois como um grande lider,o mesmo não desiste e nunca irar desistir.
    luizcarlosneves2011@hotmail.com

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  4. Silvio Santos é um gênio! Tem um grande poder de comunicar bem, sempre usando o bom humor como peça básica.

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