terça-feira, 6 de março de 2012

POBRE QUER VER MULHERES RICAS... E RIDÍCULAS!

Não houve um suspiro no docu-reality Mulheres Ricas que não fosse combinado. A riqueza ali estava no excesso de ridículo, que levou ao sucesso de comentários nas redes sociais e nas rodinhas de amigos, já que a audiência não passou de 4, 5 pontos no Ibope. Vamos lá: quem não gosta de ver pessoas se expondo em situações risíveis, patéticas, regadas a champanhe, em carrões ou aviões? A verdade do "mundo real" aliada à rotina é tão cansativa... A falta de dinheiro, então... Assim, depois de um dia de trabalho (muitas vezes, mal remunerado) por que não passar meia hora vendo cinco mulheres dispostas a servirem de deboche público, mostrando o que são e - o melhor - o que não são e não têm? O over deu o tom de Mulheres Ricas. E as fofocas também. A elegância passou longe e as participantes desciam do salto com a maior facilidade. Ou seja, tudo que o público quer ver. E a TV mostra, aproveitando-se do binônimo muito comum à maioria que acompanha ficção:  projeção e identificação com os personagens. Pensemos nos telespectadores de baixo poder aquisitivo. Como não se interessar por uma mulher como Valdirene Aparecida Merchiori, que trabalhou na roça quando criança, tornou-se rica (sem entrar no mérito do processo) e hoje é capaz dar uma festa de aniversário "caríssima e chiquérrima"? E que, ainda por cima, alfineta e ri das "colegas" de programa, dá ataques de grosserias (vingando-se dos que deve ter sofrido durante sua vida de "pobre") e adoooooora uma futilidade? Como não amar os excessos das mulheres ricas, que entravam em lojas lindas e só mandavam colocar tudo nas sacolas, indo embora sem pagar nada? Para nós, que conhecemos televisão e sabemos como funcionam as coisas, houve várias permutas, as ideias e execução de passeios/viagens foram da produção da atração, muitos empréstimos (joias, aviões, roupas etc) pelos empresários interessados na visibilidade do programa e assim por diante. Mas para quem queria ver boniteza, riqueza e mergulhar num mundo distante do seu ou apenas se divertir às custas das exageradas mulheres ricas foi um prato feito. Opa, feito, não... À la carte. Com muiiiiito champagne francês, porque, hello, a ideia era embebedar o sonho do telespectador. Joãosinho Trinta sabia muito bem o que dizia: pobre gosta de riqueza. E nem precisa ter glamour, requinte... Muito menos ser de verdade! Por isso, não há como levar a sério Mulheres Ricas, nem tecer teses mirabolantes. O negócio é o seguinte: tá ruim pra todo mundo, então bora ver coisa bonita e dar muita risada? (SM)

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