sexta-feira, 20 de outubro de 2017

RITINHA E SEUS AMORES FORAM O GRANDE DESTAQUE DE 'A FORÇA DO QUERER'



                                                                                        POR SIMONE MAGALHÃES                       
E eis que chega ao fim um dos maiores sucessos dos últimos tempos no horário das 21h na Globo. 'A Força do Querer' trouxe, além dos elementos recorrentes nos folhetins - como a emocionante relação entre mãe e filha, vivida divinamente por Elizângela e Juliana Paes -, temas que fizeram os telespectadores pensarem. E os mais conservadores torcerem o nariz.  Rapaz trans, travesti, vício em jogo, amante e ex-noiva no estilo 'Atração Fatal' (1987), o mundo do tráfico e o deslumbre pela riqueza absurda e rápida, lutas femininas de MMA,  a maravilha de se assumir lindamente com manequim GGPlus, mulheres fortes, homens nem tanto. E a devoção pela santa da vez, Nossa Senhora de Nazaré, depois de Glória Perez ter colocado Santa Sarah Kali e São Jorge em altares de outras novelas.
 Apesar do início morno da trama, ela foi ganhando em agilidade e aprofundamentos dos temas. E deu mais do que certo.  
Para mim, a personagem mais interessante - e interpretada por Ísis Valverde com a densidade exigida - foi Ritinha. Enquanto até hoje, 20/10, dia do último capítulo de 'A Força do Querer', ainda tem gente comentando se ela é leviana, mau-caráter, dissimulada, egoísta e tantas outras definições vejo a sereia como uma mulher livre. Sem compromissos com a realidade, com as                                                              regras, com as limitações.                                                                                


A melhor definição de Ritinha foi dada por ela mesma, durante uma conversa com Aurora (Elizângela).A mãe de Bibi (Juliana Paes) perguntou se a
sereia era apaixonadapor Ruy (Fiuk). A resposta foi sim. E por Zeca (Marco Pigossi)?Sim,também. Chocada, Aurora disse que não se pode ser apaixonada
por duas pessoas ao mesmo tempo. Ao que Ritinha respondeu:
"Sou apaixonada por tudo que me traz felicidade".  

Fico pensando... Será que as pessoas ainda rotulam o amor ou a paixão? Nós podemos tê-los por várias pessoas aos mesmo tempo, em circunstâncias diferentes, muitas vezes por toda a vida, e não nos agarrarmos ou submetermos aos sentimentos, prezando o que é melhor para nós. Fico impressionada com os achincalhes à postura da personagem - principalmente depois das gerações que viram feministas se libertarem de suas amarras, Leila Diniz jogar por terra o convencional, enfim, o ser humano amar, sem distinguir cor, gênero, religião, ideias e ideais. Ritinha, sem deixar de ser apaixonada por Zeca, Ruy, Ruyzinho, sua mãe, sua melhor amiga, volta para aonde se sente melhor: a água. Ela pode amar a todos, mas seu compromisso será sempre consigo mesma.


          
FOTO: DIVULGAÇÃO REDE GLOBO/FÁBIO ROCHA


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