quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A Vingativa do Méier valeu pelo elenco

Que homem bem casado se tranca num quartinho de casa para se dedicar à prática do prazer solitário, folheando uma revista masculina? Ou espiando a vizinha sensual por um buraco na parede? Fica difícil acreditar, se esse sujeito vive no século 21 e tem uma mulher linda e fogosa, como Celi (Adriana Esteves), ou melhor, A Vingativa do Méier, do segundo episódio de As Cariocas. Nesse caso, a falta de verossimilhança da história não é responsabilidade de Sérgio Porto, em cuja obra, datada, a série da Globo é inspirada. O episódio em questão não faz parte dos seis contos originais do jornalista e escritor carioca, embora o texto de Euclides Marinho tente manter o espírito gaiato do autor. Na verdade, se encarada tão somente como obra de ficção, a trama foi bem mais divertida do que a do episódio de estreia. Uma boa comédia romântica, com direção, cenários e fotografia impecáveis. Mas o que salvou o enredo pouco crível foi o desempenho do elenco. Adriana Esteves deu show como Celi, a professora primária que se sente traída pelo marido e resolve se vingar. Nascida no Méier, a atriz tirou de letra o jeito suburbano da personagem, e encontrou em Aílton Graça, o Djalma, um parceiro à altura para bater bola. Também estiveram muito bem Bárbara Paz, como a vizinha espiada, e o casal Agildo Ribeiro e Myrian Persia, pais da protagonista. Aliás, um dos grandes trunfos do programa é resgatar veteranos maravilhosos.

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