segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Avenida Brasil: segredo até o fim

Assunto obrigatório nas rodas de conversas, ‘Avenida Brasil’ chega à última semana cercada de mistério. Todo mundo quer saber quem matou Max (Marcello Novaes), qual será o desfecho de Carminha (Adriana Esteves) e o que acontecerá com Nina (Débora Falabella). Para evitar o vazamento do último capítulo, que vai ao ar na sexta-feira, a direção da novela montou um verdadeiro esquema de guerra: os atores só recebem o texto minutos antes da gravação e o acesso ao estúdio é restrito, só entram pessoas identificadas com uma pulseirinha especial.

"O que me incomoda não é o vazamento em si, mas sim que isso aconteça com muita antecedência, até para não tirar a graça e o prazer de o público saber de tudo assistindo à novela. Nossa estratégia foi pensada”, diz o diretor de núcleo Ricardo Waddington.
Ainda para preservar os desfechos dos personagens, o autor João Emanuel Carneiro escreveu pelo menos quatro finais. O capítulo verdadeiro só será escolhido no dia da exibição. Mas Waddington garante que o público não ficará decepcionado. “João preparou uma coisa muito criativa, tem sensibilidade. É um final muito interessante, diferente, não só surpreendente, porque todo desfecho de novela é. João gosta de se colocar em áreas de desconforto, nada que ele faz é rápido, simples, feijão com arroz”, exalta o diretor, que também dirigiu ‘A Favorita’, do mesmo autor.
Puxando a brasa para sua sardinha — e a de João Emanuel —, Waddington acredita que ‘Avenida Brasil’ já é um marco na teledramaturgia. “Ela deu uma oxigenada no gênero, recuperou o público do horário nobre. As pessoas voltaram a assistir à novela juntas e depois comentá-la no dia seguinte”, destaca ele, que enumera algumas razões para o sucesso: “Acho que foram a história da forma como foi contada, o texto do João, o elenco extraordinário, a direção e uma produção equilibrada. A novela possibilitou uma grande comunhão com o público, agregou pessoas de todas as classes sociais”.
Além de elogiar o trabalho de Adriana Esteves, Débora Falabella, Murilo Benício e Marcos Caruso, o diretor lembra que pequenos papéis acabaram crescendo na trama. “O Adauto (Juliano Cazarré) e a Zezé (Cacau Protásio) tiveram suas participações aumentadas. É um mérito do João, que aproveitou o talento de todos”, afirma.
Ambientar a trama num fictício bairro do subúrbio foi um dos trunfos da novela. Mas Waddington diz que não foi fácil. “A novela tinha outro olhar sobre o subúrbio. Tivemos dúvida da nossa capacidade, fizemos muita pesquisa. É o subúrbio que o João imaginou, de prosperidade, de gente que não quer sair de lá e ir para a Zona Sul. Nosso desafio era transformar isso em algo verdadeiro, buscar humanidade, não deixar ficar caricato”, explica.
Nas últimas semanas, a novela tem conseguido médias de 43 pontos — o recorde é de 49. “Se hoje temos picos de 50, é porque a audiência foi construída aos poucos, veio crescendo, mas isso já era esperado”, garante o diretor.


Publicada em O DIA - 15/10/2012

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