domingo, 28 de outubro de 2012

A Fazenda de Verão: anônimos, animais de pequeno porte e apresentação de Rodrigo Faro

Saem os famosos, entram os desconhecidos em busca de fama e fortuna. No reality ‘Fazenda de Verão’, 16 participantes anônimos vão disputar o prêmio de R$ 1 milhão na mesma sede da fazenda de Itu, no interior de São Paulo, que foi totalmente redecorada. Com apresentação de Rodrigo Faro, o programa estreia na quarta-feira, dia 31, às 21h45, na Record.

Conheça os 15 concorrentes já divulgados: Bianca Luperini, Claudia Kramer, Dan Wainer, Flávia Armond, Halan Assakura, Haysam Ali, Isis Gomes, Karine Dornelas, Nuelle Alves, Rodrigo Carril, Rodrigo Simões, Natalia Inoue, Thyago Gesta, Gabriela Noaves e Vanderlei Sacramento.
“Escolhemos participantes que querem batalhar prioritariamente pelo prêmio. Outro fator importante é que buscamos pessoas dispostas a se expor, no sentido psicológico e físico”, conta o diretor Rodrigo Carelli.
Além de confinar anônimos pelos próximos três meses, o programa terá outras novidades. Diferentemente de Britto Jr., Rodrigo Faro vai interagir com os peões sempre na área externa da sede, próximo à piscina, e não no campo de provas, que não deverá ser utilizado nesta edição.
As atividades típicas da fazenda, como cuidar da horta, da limpeza da sede e dos animais de pequeno porte, como aves e coelhos, continuarão valendo. Mas os participantes deverão ter mais atenção com as tarefas domésticas, como cuidar da cozinha, que será importante na dinâmica do jogo. Dois peões formarão a roça, e um será eliminado a cada semana. Mas, desta vez, o público votará para que o participante continue no reality.


Matéria publicada em O DIA - 27/10/2012

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Salve Jorge sofre boicote dos evangélicos


Mal começou e ‘Salve Jorge’ já está no centro de uma polêmica. Evangélicos estão usando a Internet para promover um boicote à novela de Glória Perez, que estreou anteontem com média de 35 pontos, na Globo. O site Exército Universal, formado por fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), alega que a trama faz adoração a Ogum, entidade espírita que corresponde a São Jorge. Até o bispo Edir Macedo, líder da Universal, faz campanha em seu blog contra a novela, pedindo que os seguidores assistam à reprise da minissérie ‘Rei Davi’, que reestreou no mesmo dia, com 6 pontos, na Record.

“Não vejo boicote nenhum dos evangélicos, o que vejo são interesses comerciais apelando para o fundamentalismo”, rebate Glória Perez.

Edir Macedo diz no seu blog que os fiéis não podem aceitar em suas casas algo que contrarie a sua fé, chama São Jorge de “deus pagão travestido de santo” e afirma que Davi, sim, é um herói verdadeiro. “Jorge não existiu, foi baseado em uma lenda babilônica em que o deus Marduk mata Tiamat, representada por um dragão. Sei que muita gente o vê como exemplo de herói guerreiro, mas herói guerreiro foi Davi!”, diz o texto de Macedo.

Outros líderes evangélicos estão estimulando os fiéis em cultos a boicotarem ‘Salve Jorge’. “Aconselhei a todos na igreja a não assistirem à novela, que é uma idolatria à feitiçaria”, exagera o pastor Epitácio de Souza, presidente do Ministério Nova Aliança de São Gonçalo.

Em comunicado, a Globo alega que a novela não fala de São Jorge, e, sim, do mito do guerreiro: “A única coisa que aparece de São Jorge é o fato de ele ser o padroeiro da cavalaria. É por isso que o personagem de Rodrigo Lombardi é devoto dele, pois pede proteção a cada ação. Com o decorrer da novela, isso ficará evidente para todos os grupos”.

SANTO CAUSA CIÚME E DISPUTA

DEVOTOS DE JORGE: Administrador da Igreja de São Jorge, no Centro do Rio, e integrante da irmandade do santo guerreiro, Jorge de Aguiar, 82 anos, não leva a sério o boicote dos evangélicos à novela de Glória Perez. “Isso é bobagem, ciúmes. Eles não vão conseguir nada”, aposta ele, que confia na força do santo para vencer essa demanda. “Acho que todas as religiões têm suas falhas, mas o importante é que as pessoas respeitem a fé dos outros”. Na última festa de São Jorge, a igreja do Centro recebeu mais de 180 mil fiéis.

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA: Interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, Ivanir dos Santos diz que fazer censura prévia a uma obra de ficção é uma postura fascista. “Uma coisa é você ter um olhar crítico sobre aquilo que você vê. Isso é direito de todos. Agora, outra coisa é você proibir que alguém assista a algo”, avalia Ivanir. “Acho toda essa história de intolerância uma bobagem. A população pode gostar de ‘Salve Jorge’, ‘Rei Davi’, Preto Velho, etc”.

GUERREIRO: Em entrevista ao colunista Leo Dias, de O DIA, no último domingo, Glória Perez já tinha deixado claro que o foco da novela não era o santo, e, sim, o mito do guerreiro que São Jorge representa. “O que me levou a falar do mito foi a admiração pela força guerreira da gente do (Complexo do) Alemão, que suportou durante tantos anos o domínio dos traficantes”.


Matéria  publicada em O DIA - em 24/10/2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Avenida Brasil: segredo até o fim

Assunto obrigatório nas rodas de conversas, ‘Avenida Brasil’ chega à última semana cercada de mistério. Todo mundo quer saber quem matou Max (Marcello Novaes), qual será o desfecho de Carminha (Adriana Esteves) e o que acontecerá com Nina (Débora Falabella). Para evitar o vazamento do último capítulo, que vai ao ar na sexta-feira, a direção da novela montou um verdadeiro esquema de guerra: os atores só recebem o texto minutos antes da gravação e o acesso ao estúdio é restrito, só entram pessoas identificadas com uma pulseirinha especial.

"O que me incomoda não é o vazamento em si, mas sim que isso aconteça com muita antecedência, até para não tirar a graça e o prazer de o público saber de tudo assistindo à novela. Nossa estratégia foi pensada”, diz o diretor de núcleo Ricardo Waddington.
Ainda para preservar os desfechos dos personagens, o autor João Emanuel Carneiro escreveu pelo menos quatro finais. O capítulo verdadeiro só será escolhido no dia da exibição. Mas Waddington garante que o público não ficará decepcionado. “João preparou uma coisa muito criativa, tem sensibilidade. É um final muito interessante, diferente, não só surpreendente, porque todo desfecho de novela é. João gosta de se colocar em áreas de desconforto, nada que ele faz é rápido, simples, feijão com arroz”, exalta o diretor, que também dirigiu ‘A Favorita’, do mesmo autor.
Puxando a brasa para sua sardinha — e a de João Emanuel —, Waddington acredita que ‘Avenida Brasil’ já é um marco na teledramaturgia. “Ela deu uma oxigenada no gênero, recuperou o público do horário nobre. As pessoas voltaram a assistir à novela juntas e depois comentá-la no dia seguinte”, destaca ele, que enumera algumas razões para o sucesso: “Acho que foram a história da forma como foi contada, o texto do João, o elenco extraordinário, a direção e uma produção equilibrada. A novela possibilitou uma grande comunhão com o público, agregou pessoas de todas as classes sociais”.
Além de elogiar o trabalho de Adriana Esteves, Débora Falabella, Murilo Benício e Marcos Caruso, o diretor lembra que pequenos papéis acabaram crescendo na trama. “O Adauto (Juliano Cazarré) e a Zezé (Cacau Protásio) tiveram suas participações aumentadas. É um mérito do João, que aproveitou o talento de todos”, afirma.
Ambientar a trama num fictício bairro do subúrbio foi um dos trunfos da novela. Mas Waddington diz que não foi fácil. “A novela tinha outro olhar sobre o subúrbio. Tivemos dúvida da nossa capacidade, fizemos muita pesquisa. É o subúrbio que o João imaginou, de prosperidade, de gente que não quer sair de lá e ir para a Zona Sul. Nosso desafio era transformar isso em algo verdadeiro, buscar humanidade, não deixar ficar caricato”, explica.
Nas últimas semanas, a novela tem conseguido médias de 43 pontos — o recorde é de 49. “Se hoje temos picos de 50, é porque a audiência foi construída aos poucos, veio crescendo, mas isso já era esperado”, garante o diretor.


Publicada em O DIA - 15/10/2012

Oioioi! Nunca uma novela deu tanto o que falar na Internet


Os tapas que Carminha (Adriana Esteves) levou de Tufão (Murilo Benício) e Muricy (Eliane Giardini) fizeram a novela ‘Avenida Brasil’ explodir em audiência e bombar nas redes sociais. Até o elenco parou para ver a vilã ser desmascarada e escorraçada nas cenas de segunda-feira passada. A surra na megera rendeu 49 pontos de média e uma enxurrada de comentários no Twitter e no Facebook.
Na verdade, a trama de João Emanuel Carneiro, que termina na próxima sexta-feira, sempre deu o que falar na Internet, produzindo uma série de memes, imagens e frases que se espalham instantaneamente na web. A hashtag #oioioi deu início à mania de ‘Avenida Brasil’ no Twitter. Ela é presença obrigatória nos Trending Topics assim que começa a tocar o tema de abertura.
O sucesso só aumentou. No dia da exibição do centésimo capítulo, fãs criaram o #oioioi100 e resolveram “congelar” seus avatares no Twitter, utilizando o mesmo efeito do final de cada capítulo: os rostos em preto e branco sobre um fundo com pontos luminosos coloridos. Famosos e anônimos aderiram à brincadeira, entre eles William Bonner, apresentador do ‘Jornal Nacional’, que foi um dos primeiros a postar sua foto.
“Diferentemente do que se pensava, as redes sociais não roubam audiência, elas potencializam essa comunhão que existe entre o público e a novela. É delicioso acompanhar, ao mesmo tempo, a novela e os comentários no Face e Twitter”, diz o diretor de núcleo Ricardo Waddington, que adorou a onda de congelar. “É a que mais expressa a nossa empreitada. As pessoas sempre pedem para que a gente congele um determinado ator da novela”.
Em julho, quando Carminha achava que Rita (Débora Falabella) era culpada de tudo de errado em sua vida, surgiu o meme ‘A culpa é da Rita’. Frases aplicadas em imagens da vilã se espalharam na web, culpando a cozinheira por tudo, até a greve dos professores.
Outra frase arrasadora, “Me serve, vadia, me serve!”, que virou fenômeno quando Nina se vingou de Carminha, tratando a patroa como empregada. A variação ‘Keep calm and me serve, vadia’ também bombou. Quando Nina perdeu as fotos — em papel! — que fez de Carminha e Max (Marcello Novaes) juntos, os internautas fizeram piada, lançando no Face a campanha ‘Um pen drive para Nina’. Também houve mobilização para compartilhar as fotos dos amantes até chegar ao Face de Tufão (Murilo Benício).
A fofoqueira Zezé (Cacau Protásio) também teve seu momento na web, dançando e cantando “Eu quero ver tu me chamar de amendoim”. Carminha ainda aparece em várias montagens divertidas, fazendo caras e bocas, enquanto Nina é flagrada em situações inusitadas, como no programa de Fátima Bernardes.


Publicado em O DIA - 14/10/2012

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Carminha dá uma banana para o Divino: "Quero distância porque pobreza pega! Tchau seus merdas"


A cena de Carminha sendo desmascarada por Tufão e família bateu novo recorde de audiência de Avenida Brasil: 48 pontos na prévia do Ibope. Mas no capitulo desta terça-feira (9/10) tem mais: a vilã xinga a sogra de burra, velha idiota, e diz que "pobreza pega"! e vai embora dando uma banana para a galera do Divino!!!!!

Após ser expulsa da casa da família de Tufão (Murilo Benício), em ‘Avenida Brasil’, Carminha (Adriana Esteves) vai se abrigar na casa paroquial, mas não fica por lá muito tempo. Hoje, ao descobrir que a vilã está na igreja, Muricy (Eliane Giardini) vai ao local e coloca a messalina no olho da rua, revelando ao padre Solano os podres da vilã.

“Não tô acreditando que você veio me chamar de messalina?! Você, velha safada que trai o seu michezinho com o ex-marido, agora vem pagar de santa?!”, provoca Carminha, que xinga a ex-sogra de burra, velha idiota e cafona.

Irada, Muricy puxa a megera pelos cabelos e a arrasta para fora da igreja. “É guerra que tu quer, Muricy?! É guerra que tu vai ter! Velha idiota! Sempre te achei idiota, desde que tu apareceu lá em casa com aquela merda daquela compota de mamão! Mamão! Dez anos fazendo compota de mamão, dez anos que eu jogava no lixo!”, grita a vilã.

A mãe de Tufão diz para Carminha mostrar quem ela é. “Essa mulher que tá me xingando de velha idiota me chamava de mãe, padre! De mamãe!”, lamenta. E a vilã rebate: “Tu tinha é que agradecer, que eu devia chamar é de vovó! De bisa! Velha estúpida! Cafona! O filho enricou, mas tu nunca deixou de ser camelô! Eu te olho e eu vejo a barraquinha, a lona azul cheia de despertador ali tocando, os pente vagabundo, espelho! (grita) Olha o rapa! Corre que o rapa tá chegando, velha!”.

Antes de ir embora, Carminha dispara contra todos que assistem ao barraco na rua. “Bando de suburbano cafona! Tudo pobre! Pobre! Quero mais é distância que pobreza pega! Tchau, seus merdas! Eu quero que vocês se explodam”, esbraveja ela.

Tráfico de mulheres vai movimentar 'Salve Jorge'


O sonho de uma vida melhor vai virar pesadelo para um grupo de belas mulheres em ‘Salve Jorge’, próxima novela das 21h da Globo. Iludidas com a possibilidade de juntar muito dinheiro  em pouco tempo trabalhando no exterior, as personagens de Nanda Costa, Carolina Dieckmann, Paloma Bernardi e Lucy Ramos serão vítimas da máfia do tráfico de pessoas, tema principal da nova obra de Gloria Perez.

“Me interessei pelo tema e fui atrás”, conta a autora. “É uma forma de escravidão. A trama abordará o tráfico para diferentes fins: sexual, trabalho doméstico e adoção ilegal. É uma campanha de esclarecimento”, define.

Mãe solteira que mora no Complexo do Alemão, a protagonista Morena (Nanda Costa, foto ao lado) cairá na rede do tráfico humano ao aceitar uma proposta para trabalhar, por seis meses, como dançarina na Turquia. O ‘negócio’ é comandado por Lívia (Claudia Raia), a vilã da história, que se apresenta como agenciadora de talentos. “Morena é muito sonhadora, resolve buscar uma vida melhor e, quando aparece essa oportunidade, ela acha que vai ser bom, mas é enganada”, conta Nanda.

Na Turquia, onde ficou por 45 dias, a atriz gravou cenas de fuga de sua personagem, perseguida por traficantes. A sequência só deve ser exibida depois do capítulo 50. “Ainda não fiz cenas de violência, mas a ideia não é mostrar isso, e sim alertar outras meninas para que não caiam nessa armadilha”, resume ela, que leu livros e assistiu a filmes sobre o tema. “Também conversei com um pai que teve uma filha traficada, e uma vítima desse golpe. É muito triste”.

As cenas são tão fortes que Carolina Dieckmann já chorou por 20 minutos após uma gravação. Sua personagem, Jéssica, apanha, é estuprada e deve morrer por volta do capítulo 45. Enganada por Wanda (Totia Meirelles), braço direito de Lívia, ela viaja para a Espanha acreditando que vai trabalhar como balconista.

“É o papel mais dramático que já fiz. Mais do que a Camila (que tinha leucemia em ‘Laços de Família’). Saio esgotada. Tenho que segurar a emoção, às vezes, para não chorar no meio da cena”, revela.

Depoimentos de vítimas

A personagem de Carolina Dieckmann vai aparecer aos poucos na trama, por causa das cenas mais dramáticas. “Jéssica não entra no capítulo inteiro. A história dela vai mostrar o que pode acontecer com a Morena quando ela cair na rede do tráfico”, explica.

Rosângela, vivida por Paloma Bernardi, será enganada e vai parar em Madri, achando que fará carreira de modelo. Para sobreviver, ela vai se aliar aos traficantes. “Fui a prostíbulos para ver como vivem as garotas de programa”, conta.

Sheyla (Lucy Ramos) é outra menina do Alemão que vai parar na Turquia, vítima do tráfico humano. “Morena tenta fugir, mas Sheyla acaba se adaptando”, revela a atriz. Como em outras novelas de Gloria Perez, haverá no meio dos capítulos depoimentos de vítimas e parentes de meninas traficadas.


Publicada em O DIA, em 8/10/2012

Leda Nagle: boa conversa no Sem Censura


No comando do ‘Sem Censura’ há 16 anos, a apresentadora e colunista de O DIA Leda Nagle já entrevistou centenas de artistas, músicos e profissionais de diversos setores. Mas três famosos ainda estão na sua lista de sonho de consumo: Roberto Carlos, Chico Buarque e Gal Costa. “Daria para fazer um programa inteiro com cada um”, diz a jornalista, que comemora a longevidade da atração, no ar há 27 anos, de segunda a sexta, às 16h, na TV Brasil.

“Acho que o segredo é a diversidade de assuntos e convidados. E tem a interatividade com o público. Quando cheguei ao programa, só tinha fax e telefone. Não havia Internet como hoje. Agora, temos e-mail e as redes sociais, a comunicação com o telespectador é imediata”, analisa.

Além dos três ícones da música brasileira, Leda está de olho em outro convidado mais urgente: João Emanuel Carneiro, autor de ‘Avenida Brasil’. Noveleira assumida, ela tenta não perder um capítulo da trama. “Quando não posso assistir, leio os resumos no jornal”, revela a apresentadora, que deseja levar o novelista ao programa nesta reta final do confronto entre Nina (Débora Falabella) e Carminha (Adriana Esteves). “Já o convidei outras vezes, mas ele ainda não aceitou. Manoel Carlos e Gloria Perez vão sempre ao programa no último capítulo de suas novelas”, conta.

A batalha por bons entrevistados é árdua. Em média, são 120 convidados por mês — cinco ou seis por dia. “As pessoas querem vir ao programa, isso me deixa feliz. Nosso índice de rejeição é zero”, garante Leda. Mas conseguir artistas da Globo é sempre uma tarefa burocrática e cansativa. “A gente pede autorização e a resposta da emissora leva uns cinco dias úteis. Já a liberação dos contratados da Record é mais rápida”, compara.
Por incrível que pareça, o mau tempo é a pior ameaça ao programa. Quando chove muito no Rio, Leda conta que quase sempre os convidados se atrasam ou não chegam, por causa do fechamento do aeroporto Santos Dumont e da ponte Rio-Niterói. “Vários fatores podem nos derrubar. É punk! Já comecei o programa com apenas dois convidados, mas fui fazendo até os outros chegarem”, recorda.

No ranking dos assuntos preferidos do público, ela diz que saúde, esporte e artistas são os campeões. Mas, nos últimos tempos, tem despontado um novo tema: os padres cantores. “As pessoas enviam sugestões de entrevistas com padres de cidades pequenas, que ainda não são conhecidos mas que cantam também”, entrega.

No papel de mediadora dos debates, ela já precisou intervir de maneira mais enérgica durante uma discussão acalorada. “Se os convidados discordam, discutem, tenho que administrar a situação. Se não for uma saia justa muito explícita, passo batida. Mas enfrentei situações de estresse delicado em que tive de ser mais incisiva. Isso sempre acontece por excesso, de ego, de certeza”, diz. Pior que isso, só entrevistado que não rende, frisa ela: “Gosto de gente que domina o assunto do qual está falando”.

Mãe do ator Duda Nagle, que estará em ‘Salve Jorge’, próxima novela das nove, Leda nunca levou o filho ao programa. “Ele não gosta de dar entrevista”, explica. Mas os dois estão sempre conversando sobre TV. “Somos bem amigos, já moramos juntos. Agora, ele está no apartamento dele. Mas vai sempre na minha casa e falamos de tudo”.



PUBLICADA EM O DIA, EM 6/10/2012
FOTO: MAÍRA COELHO

É guerra! Torta voa pra todo lado na novela das sete

Aberta a temporada de torta na cara! E a primeira vítima foi Edson Celulari, logo no primeiro capítulo de ‘Guerra dos Sexos’. Roberta (Gloria Pires) acertou o bolo bem na cara de Felipe, personagem do galã. Mas a cena mais esperada da trama de Silvio de Abreu só vai acontecer no nono capítulo: Tony Ramos, o Otávio II, e Irene Ravache, a Charlô II, se sujaram muito ao refazerem a antológica ‘guerra de comida’ entre os primos vividos por Paulo Autran e Fernanda Montenegro na primeira versão.


“Ficou um barato! As pessoas riam no estúdio. Eu e Irene também rimos muito, era uma brincadeira. Nossa preocupação era sujar pra valer logo. Foi tão indolor que a cena saiu com humor que tinha de ter”, conta Tony Ramos. A gravação foi feita de uma só vez, sem ensaios, exatamente como a cena de 30 anos atrás.

“Foi direto. Não se pode errar essas coisas. Às vezes, o diretor queria mais pedaços na cara, pedia para a gente jogar outra vez, só para sujar mais. Foi um happening, uma alegria. E o importante foi acreditar nessa alegria e entender que o ódio dos personagens tinha que ser para valer. A gente não podia ter dó de jogar na cara um do outro aquela meleca toda”, diz Tony.

Mas a guerra entre Otávio II e Charlô II não saiu barato. Na mesa de café da manhã, além de leite, suco, iogurte e pães, os dois atiraram um na cara do outro seis tortas de damasco com creme de chantilly, encomendadas pela produção à Confeitaria Kurt (Rua Gal. Urquiza 117, loja B, Leblon. Tel: 2294-0599. Preço: R$ 85, a grande, e R$ 70, a pequena). Carro-chefe de vendas da loja, a tradicional guloseima também foi usada na batalha entre os personagens da primeira versão.

No meio do barraco, com comida voando para todo lado no cenário, Tony Ramos lembra que Irene Ravache não conseguia enxergar em certo momento. “Foi por causa do iogurte que caiu nos olhos dela. Ardeu!”, revela o ator, contendo o riso. “Foi difícil atuar com iogurte nos olhos. Ele bateu e foi descendo lentamente, se espalhando por todo lado. Um horror”, brincou a atriz.

Se Irene perdeu a visão por alguns segundos, Tony teve dificuldades para se livrar da sujeira. A atriz entrega uma engraçada história de bastidores sobre seu colega, conhecido por ter muitos pelos no corpo. “Tony contou que, quando foi tomar banho, foi terrível. Como ele é muito peludo, ficou cheio de cerejinhas”, diverte-se ela.

Edson Celulari, que faz o papel que foi de Tarcísio Meira em 1983, também achou divertido ser atingido por um bolo. “Quando li o primeiro capítulo e vi que a cena do Felipe acabava com uma tortada na cara, decidi que queria fazer. É muito engraçado! O barato da carreira de ator é diversificar. Se fizer sempre a mesma coisa, o público não vai querer ver”, avalia.

A comédia pastelão é um dos principais ingredientes da trama. E outras tortas na cara virão. Tony Ramos sabe que haverá comparações, mas frisa que agora a história é outra. “Quando temos dois ícones da dramaturgia, como Paulo e Fernanda, a cena deles é para toda vida. Agora, fizemos a nossa cena, com outra leitura. Tendo essa consciência dramatúrgica, tudo fica mais fácil”, conclui.


PUBLICADA EM O DIA, EM 2/10/2012

Cirilo, de Carrossel: 'Preconceito é uma besteira'


Intérprete do sofrido Cirilo, de ‘Carrossel’, Jean Paulo Campos conta que ganhou sapatos de um fã que sentiu pena do personagem

Está gostando de fazer o Cirilo em ‘Carrossel’?

Jean Paulo Campos: É muito legal, o personagem tem uma história que as pessoas gostam. Como sou parecido com ele, o público fica com dó de mim. Já cheguei a ganhar um par de sapatos novos de um fã.

Alguém já tratou você mal como a Maria Joaquina (Larissa Manoela) trata o Cirilo?

Nunca! Ela é muito má com ele, mas no fundo, no fundo, ela gosta de ser paparicada.

Cirilo sofre preconceito por ser negro e pobre. O que acha disso?

Acho tudo isso uma besteira. Afinal, todos somos iguais para Deus. E meus pais me ensinaram isso.

Você se dá bem com todas as crianças da novela?

Todos são meus amigos. Tanto é que, quando não vou passar uma noite na casa deles, eles vêm à minha para brincar comigo.

Está gostando de fazer sucesso, dar autógrafos e tirar fotos com fãs?

Eu não imaginava que isso aconteceria tão rápido. É muito legal ser reconhecido e respeitado pelo público. Outro dia, eu estava almoçando em um clube, e fizeram uma fila para pedir autógrafo e tirar fotos comigo.

As crianças ficam na porta da sua casa esperando você sair. Não se incomoda com o assédio?

No começo da novela, foi espantoso a quantidade de pessoas querendo me ver. Mas agora já acalmou, acho que todos os vizinhos já me viram. Mas em outros lugares continua sendo a mesma coisa. Se eu não fosse preparado pelos meus pais, eu ficaria assustado.

Passou a ter mais amigos na escola depois da novela?

Os amigos não mudam. O que acontece é que você passa a ter mais conhecidos querendo ser seu amigo, e isso é muito bom.

Gosta de estudar? Consegue ir à escola todo dia, normalmente, sem faltar, por causa das gravações?

Amo estudar. Tanto é que eu que acordo o meu pai para me levar à escola. Raramente a produção marca uma gravação no horário de aula. Eles dão prioridade aos estudos. Gosto muito de Ciências e Geografia. Você sabia que se tirarmos notas baixas podemos até sair da novela?

Antes de estrear na novela, você já tinha feito algum trabalho na televisão?

Sim, fiz comerciais, figuração e participações em outras novelas.

Como ganhou o papel do Cirilo? Fez testes?

Disputei vaga como outras 10 mil crianças que queriam estar na novela. Fui bem, e acreditaram em mim.

Pretende mesmo ser ator e continuar trabalhando na TV?

Quando acabar as gravações, pretendo fazer cursos para me aperfeiçoar. Acho que esta é a minha vida. Amo ser da TV.


PUBLICADO EM O DIA, EM 29/09/2012