terça-feira, 5 de maio de 2015

Charles Möeller escreve seu primeiro texto para TV no seriado 'Acredita na Peruca', do Multishow

Rio - Foram seis meses de trabalho, em média 13 horas por dia, para escrever 3.763 páginas. O resultado de tanta dedicação foram os 20 episódios da série de humor ‘Acredita na Peruca’, primeiro texto de Charles Möeller para a TV. Famoso pela realização de musicais em dupla com Claudio Botelho, ele também assina a direção do seriado, estrelado por Luiz Fernando Guimarães, que estreia no próximo dia 18 no Multishow.

“Quando o Luiz Fernando me propôs escrever e dirigir, achei que seria superfácil, mas foi uma loucura. Sou o roteirista totalitário, um feito quase inédito, porque normalmente há colaboradores. É um exercício de desapego, porque você escreve e manda para o canal. No teatro, é como uma bordadeira nordestina. Mas aqui você tem que regurgitar o alimento e comer de novo. Me senti um camelo no deserto”, diz Möeller. “Foi cansativo, mas saio do programa totalmente modificado”, completa.

Acostumado com o ritmo de produção do teatro, o diretor conta que aprendeu a acelerar esse processo na TV. A cada semana, ensaiava e gravava três episódios. “É uma maratona olímpica”, resume. “Numa peça, tenho dois meses de preparo. Aqui, tenho um dia de preparo com um texto meu. E não posso nem falar mal do autor”, brinca.

Möeller explica que o formato do seriado junta três linguagens: “É teatro, TV e o meio termo”. Quando entregou os primeiros episódios ao Multishow, descobriu que não havia feito rubricas (observações no texto). “Não tenho uma fórmula. Como escrevo para teatro e sou eu quem dirijo, não faço rubricas. Mas me perguntaram: ‘Cadê a rubrica? Onde os personagens saem? Quando entra o break?’. Estava tudo na minha cabeça”, conta.  

Aos 47 anos, com 36 espetáculos no currículo, Möeller está empolgado com a volta à TV, onde começou como ator. “Não desisti de fazer TV aos 30 anos porque não me queriam mais. Fui me dedicar ao teatro. Minha carreira como diretor foi rápida e bem-sucedida. Hoje, o musical me sustenta. Para fazer TV de novo, tinha que ser um desafio como esse. Sou dono do programa. Se tiver bola preta e der traço no Ibope, eu sou o culpado”, diz.



Publicado em 3/05/2015 – O DIA


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