sexta-feira, 29 de maio de 2015

Abaixo a humilhação na TV

Televisão é basicamente entretenimento, certo? Nem sempre! Fico abismada numa época em que queremos dar fim aos preconceitos, ver as pessoas apenas como são por dentro, sem qualquer relevância às suas inclinações, cores, credos, tamanhos, opções, enfim,
manter o olhar de igual para igual, a TV prefere exibir circo de horrores. A título de programas divertidos, 'Pequenas Grandes Mulheres' e 'Big Women' são 'realities' com anãs e obesas, no canal Lifetime. Bom, talvez surjam depois as mulheres barbadas, os homens-gorilas, e outras tantas atrocidades que faziam o público gargalhar no século passado, principalmente nos espetáculos itinerantes no exterior. E não me venham com o papo: "Ah, deixe as moças que têm nanismo e as mais opulentas trabalharem". Mas não é nada disso que acontece: elas estão numa vitrine prontas para os risos sarcásticos, imorais. As Pequenas Grandes Mulheres são estigmatizadas, com visual exagerado, à base de roupas sensuais e maquiagem mexicana, com "problemas" que acreditam que as
anãs tenham, intempestivas, brigonas (isso AINDA deve ser engraçado para muitos, infelizmente). Já as plus sizes têm o quê? Dificuldades amorosas, claro! Sonhos, expectativas e encontros frustrados. Uma delas é preconceituosa: se recusa a sair com gordinhos - só quer "magros, com estilo bad boys". E a apresentação dessa "atração" ainda informa que "oferece o melhor conteúdo para a mulher de hoje, a mulher multifacetada, 'perfeitamente imperfeita'". Já não chega a exploração de crianças no programa Pequenas Misses? Entretenimento é uma coisa, ridicularização é outra.





Simone Magalhães

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