sexta-feira, 22 de setembro de 2017

ESSA FAMÍLIA MUITO UNIDA DO "THE VOICE BRASIL"

    POR SIMONE MAGALHÃES


Brown falou, repetiu; Ivete reiterou: a sexta temporada do 'The Voice Brasil' veio mesmo com jeito de família acolhedora. Tanto nos vídeos - agora mais detalhados e emocionantes dos candidatos - quanto na relação dos jurados com os cantores - mais próxima, afetiva, com explicações detalhadas de o porquê os que não foram escolhidos devem voltar numa próxima vez. É claro que continuam entre Lulu, Brown, Teló e Ivete as brincadeiras de 'furar o olho' um do outro na hora de seduzir o participante que brilhou no palco, e levá-lo para o seu time. Mas com um clima de disputa ainda mais leve. E o timing certo, sem muita enrolação.
 Para pegar logo o telespectador pela emoção, a atração começou com a congolesa Isabel Antônio, de 16 anos, que fugiu da guerra em seu país, e reencontrou a família num abrigo, em São Paulo. História linda, emocionante. E mais: ela ainda faz parte de um coral de refugiados regido por uma das pessoas mais perseverantes que conheço, o maravilhoso maestro João Carlos Martins. Só Carlinhos Brown embarcou no 'Trem Bala' (de Ana Vilela) da moça e virou a cadeira. Isabel estava tímida ao microfone, mas o baiano percebeu o potencial e o sotaque diferente. Comparou o nome dela com o da princesa brasileira que libertou os escravos, e pediu que o público gritasse: "Bem-vinda, Isabel". Foi a primeira da família The Voice Brasil 6.
Mas ainda havia outros quatro candidatos - dentre os oito que se apresentaram - escolhidos para fazer parte dos times. Os irmãos sertanejos Adysson e Alysson, de 21 e 25 anos, vindos de Minas Gerais, foram fundo nos corações nostálgicos, afinadíssimos na interpretação da canção mexicana 'Malagueña Salerosa', de 1947 - dizem as boas línguas que foi uma homenagem dos autores Elpidio Ramírez e Pedro Galindo à beleza da atriz Sarita Montiel. Frisson no júri. Mas quem venceu a parada foi o também sertanejo Michel Teló.
Carol Biazin, de 20 anos, uma bacharelanda em Artes, do Paraná, ganhou os quatro jurados no ato. Arrasou cantando 'Daddy Lessons' (de Gordon, Beyoncé, Kevin Cossum e Alex Delicata), e escolheu Ivete como mentora. Já a goiana radicada em São Paulo, Day (ela prefere o apelido a seu nome, Daiane), de 22 anos, optou pelo rap 'Deixe-me ir' (de Baviera, Knust e Pablo Martins). Lulu explicou à moça que houve momentos ligeiramente semitonados: 'Mas até isso me interessou', completou ele.
E fechando a estreia com chave de ouro a carioca-soteropolitana-brasiliense Dhi Ribeiro, de 52 anos, lacrou com seu vozeirão a serviço do samba. Ela comentou com o apresentador Tiago Leifert que nasceu no Rio, foi modelo (na mesma agência que Ivete Sangalo, nas priscas eras) e cantora de trio elétrico em Salvador, e, há 24 anos, mora em Brasília. No primeiro verso de 'Milagres do Povo' - "Quem é ateu e viu milagres como eu" -, de Caetano Veloso, Dhi já disse a que veio. Teló virou sozinho, mas, quando viu que tinha a concorrência de Carlinhos Brown, desanimou. O cantor baiano aproveitou para reiterar que ali não havia escolha por etnia, por classes sociais, mas pela voz. E quando Ivete reconheceu Dhi, ela foi até o palco, e começou uma conversa de comadres que parecia não ter fim. Hilariante! Rolou até um dueto com um dos sucessos da jurada: 'Sá Marina' (de Antônio Adolfo e Tibério Gaspar). Deixando bem claro que a "família" The Voice Brasil é uma união de talentos, mas que também dá afeto aos que ficam de fora.

FOTO: DIVULGAÇÃO REDE GLOBO

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