domingo, 10 de setembro de 2017

ANDRÉ FRATESCHI : O POPSTAR HORS CONCOURS



POR SIMONE MAGALHÃES

Estava na cara... Mas sem marmelada! Por melhor que fossem os concorrentes da primeira temporada de "Popstar", na Globo, a vitória tinha destino certo desde o início: o ator e cantor André Frateschi. Não desmerecendo os talentosos Claudio Lins e Mariana Rios, segundo e terceiro lugares, respectivamente, Frateschi foi o ponto alto em todos os programas. Se houve algum 'senão' dos jurados pelo fato desse paulistano, de 42 anos, cantar mais em inglês - Beatles, David Bowie, Queen, U2, Nirvana,  Marvin Gaye -, ninguém pode esquecer que, nas dez semanas da atração, ele também brilhou com músicas de Skank, Cazuza, Legião Urbana e Paralamas do Sucesso. E nada afetou suas performances no palco: Frateschi foi hors concours.
Lúcio Mauro Filho e Thiago Fragoso expressaram muito bem o lado roqueiro de cada um. Mariana Rios, quando introjetava a "diva" dava show - coincidência ou não, sua melhor apresentação foi na quarta semana, quando Di Ferrero, seu ex, era jurado. Além de lindíssima, ela brilhou interpretando "Million Reasons" (Lady Gaga), alcançando a maior pontuação da tarde.
Todos os participantes acabaram transformando o "Popstar" numa grande confraternização. Acredito que Eduardo Sterblitch - que, sem querer, acabou dedicando este último dia às crianças, com o tema do "Rei Leão" e "Lua de Cristal", de Xuxa - sucesso que ele declarou "amar" - não se arrependeu de ter ganhado só dois votos dos jurados; Alex Escobar caiu no samba e parece ter se divertido muito com a participação; assim como Érico Brás (abusando do suingue); Marcelo Mello Jr (que, com certeza, terá mais convites para shows de sua banda, Melanina Carioca), Fabiana Karla (sempre emocionada e trazendo o Nordeste para o palco); a bossa-novista-sensual Sabrina Parlatore, que teve na atração uma alavancada na carreira musical; enquanto Marcela Rica e Murilo Rosa se saíram bem no esforço de mostrar seus dotes de cantores. Rafael Cortez ficou na cota dos que gostariam de ser cantores.
Mas o que me deixou profundamente triste, numa atração tão animada - com Fernanda Lima, em looks e maquiagens nada exagerados para o horário e o programa -, foi o bullying que muitos convidados fizeram com Claudio Lins. Dono de um potencial de voz maravilhoso, cujo timbre é semelhante ao de Ivan Lins, o segundo lugar de "Popstar" não merecia ficar sendo comparado, a cada exibição da atração, com o pai. Aos 44 anos, o ator e cantor não precisa mais afirmar a quem quer que seja o seu talento. Só que as pessoas continuam insistindo na velha e cansativa história do "filho de peixe, peixinho é". Acredito que para tentar minimizar as comparações sobre Ivan e Claudio, a cantora Paula Toller chegou a dizer que o filho cantava mais do que o pai, "um excelente compositor".
Fica a questão: quando as pessoas vão parar de comparar os filhos de artistas que seguem a carreira dos pais? Será que não percebem que isso faz com que eles se cobrem mais, que tenham que "provar" o tempo todo que são bons por si mesmos ou que se sintam diminuídos por terem conseguido um espaço em função do DNA?

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